15 de agosto de 2010

#4 Momentos Sudoeste - eu e a Vera, a Vera e eu.

(não, claro que a foto não é do SW, mas eu fiquei tão mal em todas as fotos que tirei com a Vera no sw... que nem me atrevo a publicá-las).

eu e esta menina já fomos da mesma turma mas, por incrível que pareça, nunca nos demos muito enquanto lá estávamos. foi preciso mudarmos de curso (eu só de curso, ela de curso e de faculdade) para, um dia, do nada, começarmos a falar. e daí ficou. uma coisa vinda out of the bloom, do nada, de repente, sem qualquer previsão, ao completo acaso.

hoje posso dizer que ela é das minhas maiores (só porque não gosto de dizer "melhores", porque acho isso dos melhores amigos muito estúpido) amigas.

o que é que isto tem que ver com o SW? tem e muito.

parecendo que não, quando convivemos uma semana non-stop, num ambiente "agreste" como o do sudoeste (com aquele intervalo de 3 horas que dormíamos por noite, mas nem isso nos separou, porque eu não queria ficar a dormir numa tenda sozinha, por isso infiltrei-me na dela com a desculpa do "gosto de dormir com calor humano e a minha tenda está desprovida disso") com uma pessoa, começamos a conhecê-la melhor. normalmente, começamos a notar mais nos defeitos e nos "podres" dessa pessoa, então no caso de serem duas raparigas, normalmente o caldo está entornado (já todos conhecemos a dinâmica feminina).

isso ter-me-ia acontecido com outra qualquer gaja (apesar de eu ser "na boa" e não gostar de me chatear nem de maus-ambientes, se uma gaja tem o poder de me irritar, eu não tolero), menos com a Vera. no sw, em vez de nos desunharmos todas, aproximámo-nos ainda mais. houve declarações de amizade que me levaram lágrimas aos olhos, houve abraços durante concertos porque uma música nos dizia muito às duas, houve sentimento de preocupação mútua, se uma não estava bem, outra não estava bem, se uma não estava feliz, outra não estava feliz, houve inclusivé momentos de choro comuns, porque uma chorava e a outra não aguentava ver a outra a chorar. sempre disse que, com a Vera, tenho um entendimento que vai para além das palavras, acho que é mesmo a ´única pessoa com quem partilho essa sensação, aquela sensação de que não é preciso dizer nada, uma simples troca de olhares basta para sabermos o que a outra está a pensar. devido às nossas trocas de olhares "suspeitas", a nossa vizinhança até achava que "tínhamos uma cena lesbiana". quando nos contaram isso, rimo-nos tanto, e voltámos a trocar olhares, aqueles olhares só nossos, aqueles olhares que começamos a rir do nada, quanto mais o fazíamos, mais eles diziam "vês, vês?! olha a cena lesbiana toda aí no ar". fogo, mas com a Vera não, se alguma vez tivesse uma "cena lesbiana" com alguém, concerteza não seria com uma amiga tão próxima! mais do que amiga próxima, já a considero minha "irmã mais velha".

enfim... basicamente, tivemos momentos tão bons! o primeiro, e melhor, e momento que eu nunca mais vou esquecer, que tivemos neste sw, foi o momento em que estávamos no carro a ir para lá, e estávamos a ouvir a música "Beautiful", da Christina Aguilera... eu, toda lamechas como sou e toda emocionada, quando a Vera me diz "esta música é mesmo para ti cláudia... estão sempre a criticar-te". ai sim, apeteceu-me mesmo chorar, as lágrimas vieram aos olhos mas não chegaram a sair, eis quando a Vera tira os óculos de sol e estão a escorrer umas lágrimas... :')

e mais. a Vera é capaz de ser das pouquíssimas pessoas que me aceita, tal como eu sou, com os meus defeitos, sem me julgar! eu sei que posso dizer à Vera "Vera, eu reparo mais nas gajas boas porque já estou satisfeita com o sexo masculino..." e ela achar "o máximo eu ter dito isso", enquanto que outra pessoa qualquer ia achar-me maluca, lésbica, promíscua e tantas outras coisas que já me chamaram... nunca, mas nunca, me vou esquecer do que a Vera disse este Sudoeste: "sinto-me tão bem quando estou contigo, transmites boas energias, sinto que posso levar a vida a sorrir, deixas-me relaxada, sem ansiedade nem tensão, posso não estar com paciência para falar com ninguém, mas contigo sinto-me sempre livre", e "sabes porque eu acho que funcionamos tão bem, Cláudia? não é por sermos parecidas, não é por termos formas de pensar parecidas nem gostos iguais nem atitudes iguais, porque muitas vezes nem temos... é porque, independentemente de como eu seja, do que eu digo, do que eu faça, tu aceitas-me como eu sou, e tu não me julgas, nem eu a ti. conhecemo-nos e aceitamo-nos de forma tão natural, uma à outra. acho que é por isso que funcionamos tão bem". e a aceitação, isso sim, é mil vezes mais forte do que haver gostos, atitudes ou personalidades comuns entre amizades.



Para ti, Vera :)

Muaah @

3 comentários:

Alex Page disse...

Adorei este post. Sabes disso. Já te disse ontem. E amo essa música.
Agora quero um post sobre o fds :P

Botas disse...

Só tens bom amigos, boas pessoas atraem boas pessoas.=)

<3

Anónimo disse...

Oh Cláudia... Como li este texto ao pé de ti, sabes o quanto me emocionou. Sim, eu tb acho linda a nossa amizade, a tolerância, respeito, que temos uma pela outra. Como já te disse, quando estou perto de ti sinto que nada de mal irá acontecer, e se acontecer, não será o fim do mundo. Admiro a tua paixão pela vida, a tua organização, a tua leveza do espírito e a tua autenticidade. És uma amiga que me puxa para cima, que me incentiva a ser como sou, que se preocupa comigo e que mesmo sem te aperceberes, ajudas-me. Nestes últimos tempos começo a ver mudanças em ti, sinto-te mais mulher, mais segura, menos egoísta... Deixas-me orgulhosa.
Adoro o modo como provas que é possível ter uma relação saudável e próxima, mantendo ao mesmo tempo por perto os amigos. Tu e o Bruno são um dos motivos que me fazem, ainda, acreditar que o amor existe.
Enfim... muita coisa fica por dizer, mas o essencial acho que ficou. Espero que a nossa amizade dure por mto mto tempo.
Beijinhos grandes,
Vera