31 de janeiro de 2011

' Um vício tão mau como fumar:

dormir com a televisão ligada.

porque antes não tinha comando para a TV do meu quarto e quando me dava o sono a preguiça era demais para me levantar e ir desligá-la, ganhei este terrível hábito de dormir com ela ligada a noite toda.

finalmente decidi-me a comprar um comando universal, já há uns meses. mas assim que desligo a televisão, o sono desaparece, eu sinto-me cansada, mas não consigo dormir, demoro horas a adormecer.

já experimentei de tudo, inclusive resistir a ligá-la e demorar as horas que demore a adormecer, dormir finalmente e acordar cedo e ficar o dia todo sem dormir e na noite seguinte estar tão cansada que nem precisava da tv.

mas não. não funcionou, fico horas a dar voltas na mesma, por muito sono que tenha. eu não consigo, mesmo, adormecer em menos de 1 hora e meia com a televisão desligada. quando durmo em casa de alguém, que não tem tv no sítio onde vou dormir, é o pânico. nunca durmo nada.

digo que este vício é tão mau como fumar, porque faz mal em termos de saúde, pelas radiações que levo a noite toda. detesto dormir com telemóvel ligado por causa das radiações, fazem um mal terrível, desligo sempre os telemóveis, e a televisão ligada só me faz mal... há dias que me dói a cabeça sem qualquer razão, desconfio que seja por isso.

tenho que resolver isto!

30 de janeiro de 2011

' Não é coincidência.

Os maiores génios da humanidade acabaram loucos, em hospitais psiquiátricos, aos olhos da sociedade, foram os distúrbios mentais, as alucinações, que os levaram a ter pensamentos aterradores, a meu ver, teorias absolutamente geniais.

Eu acho que foi o contrário. Acho que essas pessoas nasceram com a capacidade de utilizar mais do que só os 10% do cérebro que a maioria de nós utiliza, e as grandes verdades da vida a que chegaram foi o que os levou à insanidade.

Morreram loucos, mas não se limitaram a sobreviver. Eles viveram. O único senão é que o ser humano não foi concebido para chegar a aceitar a complexidade absurda da vida... isso já é um estágio ao qual nem todos nós conseguimos chegar, ou imaginamos sequer que existe. chegamos a um ponto em que já não conseguimos suportar tanto conhecimento, tanta consciência, tanta lucidez, e é isso que acaba por dar connosco, literalmente falando, em doidos.


a título de exemplo, destaco Fernando Pessoa e Nietzche.

29 de janeiro de 2011

' Deve ter uma explicação racional.

Por vezes apetece-me sair e gastar dinheiro, mas ninguém pode ou ninguém quer, ou ninguém tem tempo.
Quando eu estou na sarjeta, quase sem dinheiro para beber um café, com o cinto apertado ao ponto de ficar em casa o máximo possível só para não gastar dinheiro e de me questionar como raio vou pagar as propinas este ano, recebo convites para:

  • saídas à noite, para discotecas/bares onde nunca fui e queria muito ir;
  • fins-de-semana passados fora;
  • sessões fotográficas
  • workshops de escrita ou moda que adorava fazer
  • jantares de aniversário

...

really?

deve ter alguma explicação lógica.
estou farta de ter que estar sempre a dizer que não. quero, e não posso.
e de não arranjar a porra de um part-time porque estou sempre dependente de uma porra de uma bolsa que nunca sei se vem ou não.

estou farta de ser pobre.

quem disse que dinheiro não trás felicidade?? para mim era meio caminho andado. o dinheiro em si pode não trazer felicidade, mas que pode comprar as coisas, a liberdade, uma certa independência e os momentos que nos fazem felizes, lá isso pode.

28 de janeiro de 2011

' Resumo do 1º semestre (e das últimas semanas):


pouco estudo, notas de merda, média de 14.6 quando queria uma de 16... não me posso queixar, também não me esforcei muito quando chegou a hora de estudar para os exames.

pouca motivação, sentimento de inutilidade, vontade de desistir. hoje faltei a um exame, que já era de 2ª fase, (e já tinha faltado à 1ª) porque não peguei em absolutamente nada para estudar. sou assim. quando não há motivação, não faço nada! sempre deixei 1 cadeira por semestre para trás. tenho esta mania. nunca percebi porquê:

tenho dias melhores - em que me sinto capaz de conquistar o mundo e estou mesmo determinada a mudar a minha vida - e dias piores - em que me sinto uma inútil, insignificante, que não acrescento nada à sociedade... sentimento optimista intercalado com niilista e destrutivista (acabei de inventar o último), demasiado consciente da transitoriedade da vida e, logo, chegando à conclusão que não vale a pena levar a vida e as preocupações tão a sério. esta conclusão não me trás tranquilidade, trás-me angústia.

o meu mal é que tenho tido demasiado tempo livre. há muito tempo - muito, tipo 2 anos - que não tinha tanto tempo livre. tinha, de tempos a tempos, 1 semana em que não tinha nada de especial para fazer. se não estava em aulas, estava a trabalhar. depois, sempre tinha o Mulher XL, houve uns meses que nos mantinha tão ocupadas que todas as semanas a Lane estava em minha casa, e todas as semanas estávamos no estúdio da SIC ou da TVI ou na Antena 3. tinha uma vida social muitissimo mais activa, porque tinha dinheiro.

agora, que estou praticamente na sarjeta e que o valor da minha conta bancária não me permite levantar sequer 10 euros, a minha vida social e todas as outras coisas que eu gostava de fazer sofreram graves cortes. a minha vida social resume-se à Vera, ao Alex - que têm de vir cá, porque para sair gasto sempre dinheiro - e ao Bruno, que cada vez fica cá por mais tempo seguido, e que me custa quando ele se vai embora, sinto-me terrivelmente sozinha.

e todo o mundo sabe o que acontece quando uma pessoa tem demasiado tempo livre: pensa em coisas que não devia, então eu, que tenho esta tendência horrorosa para me questionar de tudo à minha volta, da existência de todas as coisas e seres, até do meu cão, que faz o favor de me ir acordar sempre que eu adormeço por mais que duas horas no sofá. penso demasiado, o meu mal é esse, pensar demasiado, e ter demasiado tempo livre. (ao início soube-me bem, pus os filmes, as séries e os blogs em dia, 2 ou 3 dias depois já me cansava de nada fazer).

esta semana li de empreitada "O Homem Duplicado" de José Saramago. não há palavras para descrever a genialidade deste homem! aliás, há muitas...sublinhei o livro todo. fez-me bem! é alimento para o meu cérebro. ao menos isso. aproveito o tempo de sobra que tenho para ler os livros que estão em lista de espera. se bem que, depois de ler Saramago, pelo menos nas semanas subsequentes, tudo o resto me parece demasiado pobre. sou daquele tipo de pessoa que fica meses sem ler um capítulo completo, que saltita de livro em livro para dar uma vista de olhos, acabando depois por me prender no melhor e ler tudo de seguida, por não gostar de deixar capítulos a meio mas o livro ser tão bom que me apetece logo ler o próximo.

os dias vão-se passando, eu vou a entrevistas de trabalho para part-time - uma vez que bolsa, abono e ajudas da minha mãe foram igualmente cortadas - fico à espera que me chamem, espero sentada. o ideal para mim seria cenas administrativas, adoro papéis, organizar, arquivar, escrever, sentir o papel nas mãos, e tudo o mais, mas só me chamam para merdas de call-centers. eu detesto falar ao telefone. mas tem de ser. quem não caça com cão caça com gato e eu não estou, definitivamente, em posição de ser esquisita com as funções ou com os horários. nunca pensei dizer isto, mas mal posso esperar que comecem as aulas e me chamem para um part-time. quanto mais preenchido o meu dia estiver, melhor. depois queixo-me que estou cansada, que não tenho tempo para mais nada, mas prefiro mil vezes assim.

o Bruno diz: o tempo passa, passa, e não se passa nada. é a maior verdade na minha vida neste momento.

hoje estou num dia bom. porque está sol. porque o inverno me deprime e hoje até nem está muito tempo de inverno. porque dormi bem e muito. bom. espero aguentar-me assim o fim-de-semana inteiro.

26 de janeiro de 2011

' Preciso dar um jeito na minha vida (ler em brasileiro)



Parar de deprimir, parar de pensar no passado, de teorizar acerca do porquê de estarmos aqui se um dia vamos morrer, finalmente conhecer a minha família paterna em Moçambique e passar o meu 21º aniversário numa praia paradisíaca, arranjar um part-time, rechear a minha conta-poupança, me candidatar para ir de Erasmus, ir de Erasmus, arranjar um carro, retomar as aulas, estudar mais, usar roupas mais bonitas, maquilhar-me sempre antes de sair de casa, fazer exercício, ter uma alimentação mais saudável, aprender a deixar de detestar cozinhar, aprender a cozinhar, dormir sempre o suficiente (nunca de menos, e sobretudo nunca demais), ver menos televisão e blogs, ler mais, escrever mais, parar de fumar (de tudo), fazer mais sexo.

É isso aí cara!!

como a Vera disse (ao ler isto): "bati o pé"!!!!

24 de janeiro de 2011

' 50 WAYS TO COPE WITH STRESS.

1. Get up 15 minutes early.
2. Prepare for the morning the night before.
3. Don't rely on your memory ... write things down.
4. Repair things that don't work properly.
5. Make duplicate keys.
6. Say "no" more often.
7. Set priorities in your life.
8. Avoid negative people.
9. Always make copies of important papers.
10. Ask for help with jobs you dislike.
11. Break large tasks into bite sized pieces.
12. Look at problems as challenges.
13. Smile more.
14. Be prepared for rain.
15. Schedule a play time into everyday.
16. Avoid tight fitting clothing.
17. Take a bubble bath.
18. Believe in yourself.
19. Visualize yourself winning.
20. Develop a sense of humor.
21. Stop thinking tomorrow will be a better day.
22. Have goals for yourself.
23. Say hello to a stranger.
24. Look up at the stars.
25. Practice breathing slowly.
26. Do brand new things.
27. Stop a bad habit.
28. Take stock of your achievements.
29. Do it today.
30. Strive for excellence, not perfection.
31. Look at a work of art.
32. Maintain your weight.
33. Plant a tree.
34. Stand up and stretch.
35. Always have a plan B.
36. Learn a new doodle.
37. Learn to meet your own needs.
38. Become a better listener.
39. Know your limitations and let others know.
40. Throw a paper airplane.
41. Exercise every day.
42. Get to work early.
43. Clean out one closet.
44. Take a different route to work.
45. Leave work early (with permission).
46. Remember you always have options.
47. Quit trying to "fix" other people.
48. Get enough sleep.
49. Praise other people.
50. Relax. Take each day one day at a time... you have the rest of your life to live.

O Alex deu-me, a mim e à Vera, um papel (igual ao da imagem) com estas 50 dicas para lidar com o stress. Sorri o tempo todo! No fim, ele disse "vocês tiveram exactamente a mesma reacção ao ler isto". Claro, não seríamos nós soulmates ;) Achei lovely, por isso colei o papel à parte da mesa de cabeceira para onde olho todos os dias antes de dormir e ao acordar. Não que precise muito, a maioria das coisas aí descritas já eu faço (excepto a parte do exercício físico, ahah), e até sou uma pessoa bem calma e pacífica, peace&love. De qualquer forma, há sempre, sempre, coisas a melhorar. Já tenho aqui umas quantas: dizer que "não" mais vezes, parar um mau hábito (o próximo vai ser fumar, já ando a reduzir, prometo!!), plantar uma árvore, mandar um avião de papel ao ar, e todos os que incluem fazer exercício!

Thank You Alex. :)

' FUCK.

Por fim, pensar trouxe-me uma solução.



Se nestes dias não tenho feito outra coisa senão pensar, pensar e pensar e chegar sempre às mesmas conclusões e ainda surgirem mais perguntas, hoje finalmente cheguei a uma conclusão:

Quero libertar-me.

Estou farta de fazer as coisas porque os outros querem, ou porque os outros acham bem (outros=meus pais), e sempre com o objectivo de “ter um futuro melhor”. Estudo “para um dia”… faço isto, “para um dia”… aquilo “para um dia”… para um dia o quê? PARA UM DIA QUE NUNCA MAIS CHEGA. E o dia de hoje? Não conta para nada?

Será que vale a pena viver na vida que construíram para mim, só “para um dia”? Tive pais excelentes, como já referi, mas eles nunca me perguntaram se eu era feliz. Querem o melhor para mim, sim, no mundo deles, o que para eles é felicidade.

O melhor para mim seria parar com merdas de me questionar e em vez de dizer a mim mesma que não sei o que quero, fazer-me à vida. Acabar o curso e arranjar um trabalho, sair de casa e dar netos aos meus pais. Tudo como eles querem.

Mas o que eu preciso não é de nada disso. O que eu preciso é de alguma liberdade momentânea, mesmo que seja de curta-duração. De chegar a casa e não ter a minha mãe a dizer “apaga a luz”, “apaga o fogão”, ”põe a loiça na máquina” tantas vezes até me doer a cabeça (e quem conhece a minha mãe sabe que este “doer a cabeça” é literal). E eu ter de ouvir e aceitar e obedecer às regras da minha mãe porque, e nisso ela tem razão, enquanto for ela a sustentar-me, que remédio tenho eu. Preciso de não ter que contar os trocos, os cêntimos, para comprar uma merda de um maço de tabaco, ou pedir 10 euros à minha mãe para ir ao mcdonalds uma vez por mês, ou nem preciso de ir tão longe, pedir dinheiro aos meus pais para sair de casa e simplesmente ter um dia de aulas, porque ando sempre falida mas tenho que comer durante o dia.

Queria poder chegar a uma casa onde eu mandasse. Aliás, onde eu mandasse não, que não queria logo ir viver sozinha, mas sim partilhar com amigos. Onde a loiça não tivesse hora para ser lavada. Onde as luzes pudessem estar todas ligadas ao mesmo tempo se me apetecesse. Onde podia comer esparguete com esparguete todos os dias, fazer uma panela de esparguete com molho de tomate às 5h da manhã se fosse preciso. Queria poder partilhar a casa com um ou dois amigos(as), que não nos fodessemos o juízo mutuamente por merdinhas sem importância. Que eu pudesse chegar a casa com a maior moca da minha vida e adormecer no hall de entrada e de manhã não ter uma mãe a perfurar-me os tímpanos, mas alguém a dizer “estás bonita estás”.

Queria poder largar a faculdade e começar a trabalhar. Podia ser num call-center, numa loja de roupa, em trabalhinhos de merda, mas que me permitissem provar o gostinho da independência. Podia custar-me ter que seguir uma rotina todos os dias, coisa à qual nunca estamos habituados na faculdade (sendo que faltar às aulas é o pão-nosso-de-cada-dia), mas afinal, a liberdade tem preço?

Queria poder chegar ao fim-de-semana e poder desfrutar dele. Sem pedir dinheiro aos meus pais. Sair para onde quisesse, fazer o que quisesse, tudo isto tendo carro e sem estar dependente da merda dos autocarros.
No fundo, queria ter uma pausa. Queria parar de ser tão bem tratada pelos meus pais, tão mimada, que querendo fazer tudo por mim, não vêm que me sufocam. Queria sair de casa, trabalhar no duro, mesmo que doesse, a liberdade não tem preço.

A satisfação que isso me traria seria apenas a curto-prazo. No imediato, enquanto desse, enquanto eu me aguentasse. Nunca seria algo no qual me pudesse apoiar para o futuro, como a licenciatura que estou a tirar agora.

Mas, porra, que mais interessa senão o curto-prazo? Afinal, eu estou a construir um futuro… um futuro para quem? Na maioria das vezes penso que esse não é futuro para mim. E se eu morrer amanhã? Isto pode ser extremista, mas estou apenas a pensar em todas as possibilidades.

Para além disso, tenho muitos projectos em mente. Queria tanto investir no Mulher XL, queria tanto tirar cursos livres por hobbie e interesse pessoal, tenho tantas ideias para escrever livros que gostava de ver publicados. Tenho listas com nomes e títulos e ideias e coisas e coisas e mais coisas.

E dinheiro para isso?

Fantasio com isto tudo uns largos 20 minutos, até que caio à realidade e penso… falar sequer disto com o meu pai ia provocar-lhe um ataque cardíaco. Ia deserdar-me na hora. Era o equivalente a dizer que estou grávida porque detesto preservativos e confio na pílula para a qual ele me dá 8 euros todos os meses.

estou com TPM e aconteceram umas merdas este f.d.s.... entre as quais uma sogra que só não me chama de p*ta porque não pode. lindo! precisava de descarregar. há dias em que me farto da minha vida.

22 de janeiro de 2011

G. - "Tenho bué inveja de vocês"

Eu, Vera & Alex - "porquê?"

G. - "porque vocês sentem as coisas assim intensamente... mais do que as outras pessoas"

até que enfim que alguém "de fora" repara.

http://almaemestadopuro.blogspot.com/

21 de janeiro de 2011

' Bruno, Bruno...



confesso-te, meu amor:

às vezes apetece-me fugir contigo, só contigo - quando me tratas bem, me fazes surpresas, és a melhor pessoa do mundo em tudo, tratas-me como nunca ninguém me tratou, aceitas-me como nunca ninguém me aceitou, de uma forma natural, sem julgamentos, quando dizes coisas que me põe a pensar, quando fazes um esforço por ter uma conversa inteligente e filosófica comigo;

outras vezes apetece-me espancar-te até não te conseguires mexer mais - quando mostras falta de ambição e de objectivos na vida, quando és preguiçoso e desleixado, quando não dás valor aos meus esforços e à minha preocupação, quando não percebes quando ou o porquê de eu estar triste...

Para a vida, eu quero alguém que me ame, me aceite e me respeite, assim, como tu; quero alguém com quem tenha uma conexão espiritual e com quem eu continue a querer partilhar uma vida, mesmo quando a paixão e a química sexual desaparecerem. Tens tudo. Falta-te... quereres chegar mais longe do que é suposto querer-se. Quero que queiras ir bem longe, comigo.

20 de janeiro de 2011

' Woody Allen.

"In my next life I want to live my life backwards. You start out dead and get that out of the way. Then you wake up in an old people's home feeling better every day. You get kicked out for being too healthy, go collect your pension, and then when you start work, you get a gold watch and a party on your first day. You work for 40 years until you're young enough to enjoy your retirement. You party, drink alcohol, and are generally promiscuous, then you are ready for high school. You then go to primary school, you become a kid, you play. You have no responsibilities, you become a baby until you are born. And then you spend your last 9 months floating in luxurious spa-like conditions with central heating and room service on tap, larger quarters every day and then Voila! You finish off as an orgasm!"

http://www.goodreads.com/author/quotes/10356.Woody_Allen

19 de janeiro de 2011

' Alto lá e pára o Baile!!!!

Eu "perdoo" a Pipoca Mais Doce e a Kitty Fane (nem é preciso pôr link, todo o mundo sabe quem elas são, ora essa), pela futilidade ou por perderem demasiados minutos das vidas delas a comentarem os vestidos das galas, e por tudo isso(*)... que eu leio por ai e que eu também acho. Agora... FALAREM MAL DA CHRISTINA AGUILERA?!...

Não. NÃO!!!!! a Christina estava LINDA. e sim, eu posso ser suspeita porque sou a fã número 1 dela no mundo inteiro, mas mesmo que não fosse... porra, este vestido é LINDO! dava tudo para me tirarem uma foto dentro dele... no corpo da Christina fica ainda melhor, dizem que ela está gorda (tretas), para mim tem umas curvas voluptuosas, deliciosas, encantadoras.

ela tem um certo brilho. um je ne sais quoi. não me venham cá com merdas.

E pela Christina valeu a pena, pela primeira vez em 4 anos (desde que tenho este blog), colocar um post a comentar um vestido de uma gala de entrega de prémios. foi a primeira, única e última vez. (a menos que voltem a dizer em vários blogs que a Christina estava feia quando era a mais linda de toda a cerimónia).

Muaah @

(*) "ah e tal mas se achas que elas são assim tão fúteis, porque é que lês?". A minha resposta: para falar com conhecimento de causa; não falo mal daquilo que não conheço; de vez em quando leio a Pipoca para saber do que estou a falar. de vez em quando ela escreve coisas boas. na maioria das vezes, tem zero de conteúdo. mas pelo menos sei do que falo, porque já li.

' Done & Done.


Último dente de todo e qualquer juízo que ainda me sobrava foi-se... (por isso é que eu digo que quanto mais cresço e mais idade tenho para ter juízo, mais irresponsável sou).

A história repete-se, durante 2 dias tenho "desculpa" para substituir refeições por cerelac frio...mnham. (todo o mundo sabe que detesto cozinhar, tudo o que me facilite a vida é bem-vindo. além disso AMO cerelac).

Confesso que foi horrível, mais uma vez estava a tremer de pânico quando vi aquele instrumento a entrar pela minha boca adentro (já para não falar que as 3 ou 4 picadinhas da anestesia doem horrores, como se estivessem a enfiar uma agulha no nervo do dente, god, apetecia-me chorar de dor), e sentir aquilo a perfurar o dente e a arrancar o dente, e o dente nem saiu à primeira, houve ali um momento em que eu senti o dente pendurado na gengiva debaixo. Foi tipo cenário de filme de terror, mas este teve um gostinho especial por saber que era o ÚLTIMO.

Done, done, done and done. Posso riscar este tratamento doloroso dividido em 4 fases da minha agenda e da lista de assuntos pendentes e já não tenho que me preocupar que os bichos estavam a empurrar os outros dentes para a frente... tenho os dentes tão direitinhos e bonitos (sem nunca usar aparelho! obrigada deus, acho que dentes tortos é do pior que há e estraga logo uma cara por mais bonita que ela seja), não queria estragar o trabalho da genética. ainda por cima tenho um sorriso tão bonito - eu sei que isto soa à convencida, que é o que eu sou, mas a verdade é que gosto mesmo muito do meu sorriso.

no fim, o médico - simpático, adoro-o - disse que esperava não me ver tão cedo, só quando eu fosse velhinha e tivesse de substituir os dentes por uma placa. o ideal era manter os dentinhos todos até morrer, mas na pior das hipóteses, espero mesmo só lá voltar a pôr os pés quando for velhinha mesmo.
and it was the END OF THE TORTURE. I'M FREEEEEEEEEEEEEEEEE..........

sou tão idiota.

18 de janeiro de 2011

' What is about men?


Coloquei isto na net. Quero começar a ganhar os meus próprios trocos em vez de estar sempre dependente dos meus pais para tudo, até porque estou farta que eles me mandem à cara que a crise está muito má e que não podem sempre dar-me dinheiro. Ok.

Em vez de me oferecerem coisas decentes, só me mandam emails a perguntar se tenho disponibilidade para realizar serviços de "acompanhante" e "assistente pessoal" (note-se que este "assistente pessoal" seria só 2x por semana e 1000 euros por mês...really?). (para além disso, montes de propostas para a Yves Rocher e Avon e merdas dessas, que já fui conselheira e vi que não dava para mim, por isso deixei-me disso, por isso digo sempre que não quero).

What is about men? Só tenho uma foto-passe, porra. E estou toda feiosa, foi tirada quando eu tinha 15 anos. Não é como se tivesse uma foto de corpo inteiro a mostrar a bomba de corpo que tenho =P ahah, brincadeirinha.

Mas agora a sério. Até agora só recebi UMA proposta a sério, para ser secretária num escritório, num outro anúncio (igual a esse, mas que coloquei em Outubro '10) que coloquei noutra conta para duplicar as chances de alguém me contactar. Só que, nessa altura, no dia a seguir ao homem me ter mandado email, o meu pc foi-se, avariou, até tive de o formatar. Nessa altura só consegui voltar a ir ao mail na semana seguinte, quando ele disse que já tinha arranjado substituta porque era urgente e eu nunca mais respondia.

Agora, isto?

Querem saber do PIOR? Eu não disse que não. Eu respondi a perguntar que actividades é que esses serviços incluiam.

Digam o que disserem, mas... se for só para ir jantar e fingir que sou namorada/mulher de algum empresário, 'tou-me a cagar e vou. Não vou ser cínica, púdica e muito menos falsa moralista. Se me oferecem jantar, provavelmente um vestido caro e ainda passo uma boa noite, com boleia até casa, e ainda sou paga por isso, mas sou estúpida ou quê? Claro que ia. Só não vou se incluir sexo, ou qualquer tipo de contacto físico íntimo. (que tenho quase a certeza que inclui, e aí, apesar de não ser contra a prostituição por achar que cada um faz o que quer com o seu corpo, já não era capaz)..

E vocês, o que acham????

Hoje enviei uma candidatura para o "Querido, Mudei a Casa"... aliás, mandei duas, uma da sala e outra do quarto, da casa do meu pai, que não sei qual das divisões está pior. Adorava que eles aceitassem uma das divisões, adorava fazer esta surpresa ao meu pai, ele merece tanto. agora só me resta esperar e torcer.

17 de janeiro de 2011

' Really?

Essa história da mudança do zodíaco já me enjoa.

Enjoa porque todo o mundo ficou revoltado com uma possível "mudança de signo" quando é uma autêntica estupidez... como se fosse uma revolução, uma novidade. É tudo menos novidade.

O 13º signo já existe há mais de 100 anos. Já eu ouvi falar dele muito antes disto. O signo não foi "descoberto" agora. Por uma convenção, esse signo foi escondido. Porque temos 12 meses, era mais conveniente ter 12 signos. Para além disso, o 13º signo está associado a azar, a um demónio, um segundo demónio para além de lúcifer. A serpente sempre foi um símbolo místico associado às trevas. Nem precisamos de ir mais longe. A serpente, na religião cristã, é basicamente a origem do pecado. A serpente sempre foi mal vista. E o nº 13 é um número frequentemente associado ao azar.

Mudança de signos? Really? Essa história já é mais velha que a minha avó.

' A vida privada de Salazar.

Não venho falar do filme. Se bem que devo dizer que estava bom e, tendo em conta a qualidade das produções nacionais, estava bastante bem feito.

Venho falar no que me apaixonou no filme.




A moda de senhora dos anos 40/50. Os vestidos conservadores, inocentes, elegantes, de linhas básicas, com saias rodadas. Trench-coats com botões grandes e um cinto na cintura. Os sapatinhos com salto pequeno e com uma tirinha no peito do pé. Os cabelos curtos, arranjados, sempre no sítio. Os chapéus pequeninos. O eyliner imediatamente por cima das pestanas superiores. Pestanas longas. As maçãs do rosto bem destacadas. Os lábios bem vermelhos, em forma de coração.

Os carros. As casas. A decoração das casas. As máquinas de escrever. Encanta-me.


Adoro, amo, venero, idolatro, tudo o que seja retro, vintage, tudo o que seja antigo, mas especialmente tudo o que se encaixe entre os anos 20 e os anos 70. Desde os vestidos justos ao corpo e com comprimento pelos joelhos/canelas, e os cabelos curtos, e um charme de cabaret dos anos 20, até ao estilo hippe dos anos 70 (que pessoalmente não gosto nada). Os vestidos mais compridos, o pormenor de uma flor ou de um "broche" no peito ou no ombro, os decotes nas costas, os cabelos a crescerem e a ficarem mais encaracolados dos anos 30. O estilo militar que começou a surgir nos anos 40, os trench-coats, as saias-lápis, as pin-ups (raparigas de calendário que eram enviadas para os soldados em combate na 2ª GM), o estilo hospedeira de bordo, o burlesco. A elegância e a feminilidade que retomam nos anos 50 e 60, finda a guerra, e a volta ao estilo dona de casa; as camisas com laços no peito, os fatos-de-banho estilo Marilyn Monroe (adoro, adoro muito mais do que biquinis. se eu encontrasse um assim juro que ia para a praia com ele. só que não encontro. shit), as bolas grandes pretas sobre um fundo branco, ou vice-versa, os colares de pérolas, saias pelos joelhos, rodadas, de cintura subida. Os cabelos que continuam a crescer e a ficar mais volumosos e ondulados nos anos 60, acompanhados de camisas largas e calças de cintura subida.


LINDO LINDO LINDO.

Para mim, a moda teve o seu esplendor entre a década de 20 e 70.

Se me deixassem só ter portátil e internet, não me importava nada de viajar no tempo para a década de 50 e viver assim...com aquele estilo. Só pelo estilo.

AMO. AMO. AMO.

E, claro, eu já sabia que era completamente apaixonada por essas coisas, mas hoje pensei para mim mesma "quem me dera poder ter este estilo todos os dias". E porque não? Vai uma makeover total?

Encontrei uma marca que só tem roupa retro-chiq/vintage. Vale a pena espreitar, tem coisas muito lindas: Wheels & Dollbaby.

Muaah @

16 de janeiro de 2011

' 1 ANO.

Nunca, never in a million years, pensei chegar ao primeiro ano com ele.

porquê? bem... ao início ele era apenas uma pessoa que me dava bom sexo. o que, devo dizer, se manteve uma constante até agora. no entanto, e não sei bem porquê, todos os meses, acabava por pensar que havia de surgir alguma merda que fizesse com que acabássemos no mês seguinte. sempre no mês seguinte, no mês seguinte, no mês seguinte. quer fosse por não termos gostos comuns em nada (cheguei até mesmo a pensar que a única coisa que teríamos em comum seria o facto de sermos loucos um pelo outro, e nada mais), quer fosse por ele ser preguiçoso e conformado e estar há meses "à procura de trabalho" (detesto pessoas assim, confesso, e ele sabe), quer fosse porque ele não me estimulava intelectualmente, não tínhamos conversas inteligentes, e eu sempre pensei que, para a vida, iria querer alguém que me surpreendesse todos os dias com um pensamento mais profundo.

No início de Janeiro, ele fez-me mudar de opinião em relação a tudo isso. Bastou uma conversa de 3 horas para que eu tivesse uma ideia completamente diferente de todos os defeitos que, para mim, ele tinha.

Agora, já não acho que vamos acabar por acabar no próximo mês. Nem no próximo. Nem no próximo. Nem no próximo.

At last, my love has come along. Ele chegou há 1 ano. Eu olhei para ele durante 11 meses, mas só o vi com olhos de ver, agora. O essencial é invisível aos olhos.

De resto, ele é a pessoa que mais me tem ajudado nesta minha fase difícil, negra e deprimente. Cuida de mim com extremo carinho, faz-me rir com as coisas mais pequenas e, por momentos, esquecer-me das coisas más que deixo que flutuem pela minha cabeça.

Só tenho um grande Obrigada para ele.

15 de janeiro de 2011

' Encontrei um blog fantástico.


Não as fotos, não os vídeos, não as músicas da playlist...

É explorar as "tags" e encontrar coisas geniais.

Fortemente recomendado =P

14 de janeiro de 2011

' A eterna questão do "porquê fazer a cama se logo à noite vou voltar a desfazê-la?"...

Sinto-me a cair num poço sem fundo. Quanto mais caio mais quero cair. Não me travo, não me paro, deixo-me ir, perfeitamente consciente disso.

Acordo todos os dias a pensar no que quero fazer e chego sempre à mesma conclusão: NADA. Não me apetece levantar, não me apetece tomar banho, fazer o almoço, estudar, ou sair, ou simplesmente ver televisão. Tudo perdeu o interesse e há dias em que acordo com uma vontade incontrolável de chorar.

Não quero fazer-me de coitadinha nem de vítima. Mas a verdade é que, ainda que saiba que não estou, sinto-me terrivelmente sozinha. Sozinha na minha mente. Para quem me vê de fora, sou perfeitamente normal. Continuo a rir, a fazer as coisas do dia-a-dia, a conseguir manter conversas triviais e de circunstância (ainda que elas me matem aos poucos), nunca ninguém diria que a minha mente está um caos, a minha alma está a auto-destruir-se e que em casa eu não faço nada a não ser chorar.

Podia ir buscar razões exteriores e apoiar-me nelas... é o que todos fazemos: estamos em baixo por causa do trabalho; por causa da faculdade; por causa dos amigos; por causa da crise; por causa disto, por causa daquilo... para quê enganar-me e viver nessa fachada? Eu não estou "em baixo". Eu estou deprimida. E não por razões exteriores. Por razões bem interiores. Questões muito mais profundas do que alguma vez poderia imaginar, que mexem com a minha cabecinha de tal forma...

O pior é que não me esforço minimamente por encontrar um atalho (mental) e sair. Insisto em pensar, pensar e pensar, e esmiuçar tudo até ao fim. Tudo até ser pó.

Se acordo às 17h a pensar "na vida", às 23h já estou cansada e me dói a cabeça de tanto pensar e chorar. Chorar. Que não tem passado um dia sem que chore.

Algo de muito errado se passa comigo. Sempre me questionei acerca de tudo, mas nunca tinha caído numa "depressão", ou estar à beira disso, e ter muita consciência desse facto. Já pensei em consultar um psicólogo. Mas estou a tentar lutar contra isso. Quero conseguir superar sozinha, como sempre superei os "baixos" na minha vida (ainda que nunca tivessem chegado tão baixo), para além de ter a sensação horrível que ninguém, nem um psicólogo, me ia entender. Só se entrasse na minha cabeça. Contra mim falo. Estou a estudar psicologia e não saberia como ajudar alguém que me aparecesse à frente a dizer as coisas que digo a mim mesma. Coisas que só consigo mesmo dizer a mim mesma... nem expressá-las consigo (isso também me mata).

Todos os dias acordo mais cansada que no dia anterior, mesmo que tenha dormido 15 horas quase seguidas. Pergunto-me o que quero fazer, o que me apetece fazer, o que vou fazer. Nunca encontro respostas para nada. Não faço a cama, para quê, se à noite vou voltar a desfazê-la. Não abro os slides para ler e estudar, para quê, se vou chumbar nisto de qualquer forma, ou ter uma nota de merda, estude ou não. Não faço nada, para quê, não tem importância nenhuma.

Cansada. É isso. Sinto-me, só, muito, cansada.

10 de janeiro de 2011

' Hoje apetece-me matar alguém.

Revolta-me que o meu futuro dependa, quer eu queira quer não, dos outros. Quando digo outros, digo os meus pais. Tenho a brilhante capacidade de me estar a cagar para o que os outros dizem, pensam e até querem de mim - amigos - mas sou particularmente sensível aos meus pais.

Ainda não tive oportunidade para saber o que quero da vida ao certo. Os planos, fizeram-nos todos por mim.  O meu pai já me fala em mestrado. O irónico disso é que muito pouco mudou desde o momento no 9º ano em que tive que escolher uma área para o secundário, até hoje, "quase" a terminar a licenciatura. Pouco sei do que quero e sei mais do que não quero.

Gostava de pegar em mim e desaparecer. Deixar um papel a dizer "adeus", mudar de número de telemóvel e apanhar o primeiro avião fosse para onde fosse. Tenho esta necessidade de me libertar porque me sinto presa, todos os dias cada vez mais. Presa ao facto de dever tanto aos meus pais. Presa ao facto do meu pai insistir em dizer que ainda está cá "nesta merda de país" (nisso concordo com ele), quando tem uma vida construída e podia voltar para Moçambique (que, sendo um país de 3º mundo, é melhor que isto), mas que está cá por minha causa e que por cá vai ficar até eu ter "a vida orientada". que vida orientada? pergunto... que vida orientada? Presa ao facto da minha avó, 20 anos depois, ainda me continuar a mandar à cara que fez muito por mim porque os meus pais foram trabalhar quando eu tinha 2 dias de vida e teve que ficar comigo, e que uma vez até estava no Alentejo e veio para Lisboa de propósito para tomar conta de mim porque os meus pais tinham que trabalhar numas férias quaisquer... isto só a título de exemplo, tantas outras que ela manda à cara, como quem diz que lhe devo quase a minha vida, porque ela fez X Y e Z por mim quando eu tinha 8 meses de idade. Presa ao facto de todos os dias a minha mãe chegar à nossa moradia de 2 andares e 2 quintais, depois de se ter esfalfado a trabalhar 14, 15 horas, e dizer "isto está aí uma grande crise, tens a vida muito facilitada, vê se dás valor, e já agora, desliga as luzes quando não precisas delas, todos os meses as contas da electricidade são astronómicas"... como quem diz "se temos a vida que temos é porque ela trabalha desde os 16 anos e construiu muita coisa".

Posto tudo isto, sinto-me presa... presa ao meu próprio sentimento de culpa. Quantas vezes eu já não pensei em largar faculdade, largar tudo, começar a trabalhar, juntar algum dinheiro, e fazer uma viagem sozinha? Mas depois vem o meu pai, com aquele ar de pobre sacrificado que tanto trabalhou na vida, e que "chegou a Portugal refugiado da guerra com 500 escudos no bolso, e fez pela vida e hoje tem um cargo numa das mais prestigiadas empresas de portugal e é um quadro-chave", ou whatever que aquilo que ele faz é... com aquela voz de quem diz que é tão infeliz aqui e que sempre fez tudo por mim quando podia ter cagado de bem alto e ter voltado para o país dele, onde era feliz e onde nem sequer teve oportunidade de se despedir dos pais e dos irmãos, e que eu agora chego e faço o que quero... ou melhor, o que "não está certo" para ele. Ou vem a minha avó e começa a chorar a dizer para eu nunca me ir embora porque vai ter saudades minhas (isto só de eu dizer que vou em erasmus 6 MESES!). Ou vem a minha mãe, dizer que isto não está tempo para me divertir, que tenho que acabar o curso e arranjar um "emprego decente" para sobreviver bem "à crise" e para ela "ver se descansa um bocadinho porque em 20 anos trabalhou mais do que muita gente em 30".

Porquê? Porque tem de ser assim? Felizmente, sim, tenho pais (e avó) que sempre fizeram tudo por mim e nunca me deixaram na mão. Nunca me faltou o essencial. Nunca tive lá muito bom ambiente em casa, tive padrastos que faziam tudo menos violar-me (vá lá), nunca lá tive grande estabilidade, mudei de casa umas 10 vezes, mas tive uma educação excelente, num dos melhores colégios de Lisboa, e uns pais que sempre me souberam transmitir os valores essenciais - e não falsos moralismos, atenção - da vida. Souberam construir-me as asas para voar, e agora, de uma forma bem indirecta e subtil, não me deixam voar.

Mesmo que eu ganhasse, um dia, coragem para desaparecer e partir em busca de mais nada sem ser de mim própria, eu vou estar sempre sempre sempre presa ao sentimento de culpa de ter tido uns pais decentes. Como que uma responsabilidade de lhes retribuir tudo o que fizeram por mim, o que me pesa demais.

Muitas vezes me pergunto: será que eles (meus pais) são felizes? Será que no meio da merda toda que eles dizem ter sido a vida deles, conseguiram encontrar algo que os fizesse mesmo feliz? Será que se chegaram a encontrar? Será que ainda hoje vivem com a pergunta "quem sou eu e o que quero da vida?"? Será que simplesmente se conformaram, habituaram-se à ideia? Será que se arrependeram de tudo o que fizeram, ou que têm orgulho? será? Será? Será?... Qual será a filosofia de vida deles?

Eis como vejo o futuro: o meu pai vai voltar para Moçambique quando se reformar e quando eu tiver a vida orientada. A minha mãe vai continuar a trabalhar 16 horas por dia, movida pela ganância, até não aguentar mais. A minha avó vai acabar por morrer (não quero que aconteça tão cedo) e eu vou deixar de ouvir boquinhas foleiras típicas de quem faz para mandar à cara depois. Nessa altura, o que vou ser eu, senão uma adulta, já com uma vida orientada, segundo os desejos sobretudo do meu pai, completamente conformada na minha vidinha medíocre, com filhos a quem terei que me dedicar sob pena de ser condenada como má mãe, e (sobre)viver o resto dos meus dias até à morte... Nessa altura, que vou ser eu, senão um ser conformado que sempre fez tudo segundo o que os pais queriam dela e que agora chegou àquele ponto da vida em que vive num arrependimento constante por não ter podido aproveitar enquanto podia, e por não ter-se dado a oportunidade a si própria de se encontrar, de se conhecer, antes de se dedicar a outrém (companheiro, filhos...)? Nessa altura, quem vou ser eu, senão absolutamente ninguém?

Tenho um enorme carinho, admiração (muita!) e respeito (muito!) por eles. Passaram por coisas na vida pelas quais nunca vou passar. E amo-os, amo-os tanto, incondicionalmente. É por amá-los assim que quase que os odeio. Amor e ódio, afinal, não são assim tão opostos e antagónicos. E não vou sentir-me mal por dizer que quase odeio os meus pais, porque, sentindo-me eu como se ainda tivesse 16 anos, uma adolescente que ainda não se descobriu a si mesma, então, estou na idade de dizer que os odeio.

9 de janeiro de 2011

' Da intensidade extrema com que sinto as coisas.

Sou sensível, apaixonada e emotiva.

Sinto as coisas com demasiada intensidade.

Uma intensidade que nem todo o mundo sente. Até hoje, em 20 anos, só encontrei uma pessoa que sente determinadas coisas com a mesma intensidade que eu. Só com uma troca de olhares, sabemos. Ela sabe quem é.

Tenho pena que, muitas vezes, não consiga expressar isso.

Gostava de ter algum tipo de talento ou dom. Fazer música, fazer arte, escrever livros.

Não tenho.

Acredito profundamente que tenho um génio criativo dentro de mim, mas que não tenho um veículo para expressar-me. Não nasci com nenhum dom.

Isso deixa-me, muitas vezes, triste.

Estou a pensar seriamente em criar um blog para colocar simplesmente as coisas geniais que encontro por aí... textos, livros, poemas, músicas, letras de músicas, imagens, filmes, videoclips. Aquelas coisas que eu olho e penso "porque é que não fui eu a fazer isto".

Que acham?

Acham bem?

Pois que já o criei. (link)

8 de janeiro de 2011

' Dos meus Diários #18

Diário 18 e último. 17 anos. – DIÁRIO ESPECIAL FÉRIAS DE VERÃO 2007

CURSO DE INGLÊS EM CAMBRIDGE

Entrada a 06/07/2006 (curso de verão de inglês que fui tirar a Cambridge) – “Hi, hi. How are you? Speaking from Cambridge. Lol. Hoje, finalmente, consegui participar numa actividade matinal, o ‘glass painting’. Não houve ninguém do meu grupo que se inscrevesse (e, sinceramente, eu também não estava muito atraída, por isso é que a tradução é ‘pintar copos’, mas era o melhor das poucas actividades que ainda havia disponíveis quando eu me inscrevi e já que o resto era quase tudo jogos que envolvem uma equipa e uma bola e implicam ter que correr (=ODEIO), por isso este foi mesmo o melhor que se arranjou). Passei a manhã inteira a desenhar num copo -.-‘ e a falar inglês com as pessoas que lá estavam. Uma manhã inteira a falar inglês que quando tentei escrever em português já nem me lembrava. Mas até foi giro. Conheci uma italiana e uma dinamarquesa. Tivemos a explicar umas às outras como se diziam certas coisas nas nossas línguas, mas depois ficávamos a olhar com cara de quem diz ‘isso é tão estranho, não percebi nada. Como é que tu consegues perceber isso?!’. Lol. Éramos capazes de ser as únicas ocidentais lá, já que isto está habitado por tawianeses, tailandeses e chineses, ou lá o que eles são (para mim são todos o mesmo). Anyway, almoçámos a mesma porcaria de sempre e tivemos aulas à tarde. As aulas são realmente básicas, mas giras. Adoro! Yeah, I like it, I like it, I really really like it, I want it, adore it, so come let me enjoy it. (My Place – Nelly). Hoje tivemos a noite livre, por isso fomos para um parque enorme que há mesmo à frente da universidade de Cambridge… uns a ouvir música, outros a conversar, outros a jogar futebol (baah), N coisas… eu, a F., o R. e a M. ficámos a jogar às cartas; somos conhecidos como o grupo que está sempre a jogar às cartas. E estamos mesmo..lolol. depois fomos comprar pizzas para irmos comer para a residência.”

Entrada 14/06/2006 “oláááá!!! O dia de hoje foi espectacular, foi definitivamente o melhor que eu já tive nestas duas semanas. Foi o último dia do curso. Fartei-me de tirar fotos com os tailandeses da minha turma (achei-os o máximo, lol), troquei mails, recebi o diploma em como acabei o curso e tive boas ‘notas’… só ‘excellent’, ‘good’ e ‘very good’. Depois ponho tudo aqui no fim deste ‘especial Inglaterra’. A hora do almoço, até essa foi a mais divertida. À tarde, fui fazer punting (canoagem), finalmente consegui inscrever-me, ao contrário dos outros dias, que já estava sempre cheia quando a lista me chegava às mãos. Foi preciso chegar o último dia para conseguir! Foi mesmo giro e hilariante, sobretudo quando fui eu a remar e ia virando o barco com toda a gente lá dentro. Lol. Depois disso, fomos outra vez às compras. Já não fomos a Londres como no outro dia (era bom), mas fomos à Baixa de Cambridge. Tem lojas giras, mas não pude comprar muitas coisas porque já não tinha muito dinheiro (puseram-me em Londres um dia destes com imenso dinheiro na mão e foi no que deu… só deixei o suficiente para alguma urgência, LOL, mas pelo menos posso dizer que fiz shopping em Londres). Desta vez comprei um bikini para mim e uns phones para o meu mp3 (os meus estragaram-se,lol), para ver se oiço música no avião… comprei o resto dos ‘souvenirs’ e um CD dos Pink Floyd para o meu pai, que é super fã, vai amar! Mas não se ficou só por aqui. Ao fim da tarde, eu, a R. e a F. fomos ao famoso ‘parque’ que há ao pé da universidade, nessa noite estava lá montada uma feira e alguns concertos, tipo ‘rock in rio em miniatura’. As outras pessoas ficaram na residência e nem sabem eles o que perderam: andámos de carrocel, fomos comer um crepe, e fomos para um café super acolhedor conversar… só tenho duas coisas a dizer: hoje, só hoje, percebi com Cambridge fica linda ao cair da noite… e este foi o melhor serão das duas semanas que cá estive. Chegou a hora de começar a arrumar as coisas para voltarmos e eu já estou com ‘pena’ e até mesmo com saudades (…)”

TRABALHO NA ONDA-MINI (monitora de crianças do colégio)

Entrada a 21/07/2006“hoje foi o último dia da semana da Onda-Mini e saí de lá com novos pequenos amiguinhos. Eles gostam de mim porque eu adoro brincar com eles e não consigo ser má mesmo quando tenho de ser, só consigo ser carinhosa e brincalhona e andam sempre agarradas a mim, especialmente as raparigas. Mas acho que também já gostavam de mim porque eu já era popular mesmo antes de ir para lá: o H. também foi animador/monitor lá durante as duas semanas que eu estive em Inglaterra e falou imenso e muito bem de mim (segundo os putos). Hoje, a Inês M fez um desenho para mim, de um coração a sorrir. Está tão fofo.”
Entrada a 28/07/2006 – “hoje foi o último dia da onda-mini. Fizemos uma ganda despedida na praia, fomos para a água todos vestidos! Lol. Recebi o meu primeiro ordenado: 95 euros. Que sensação. (…). Mal ganhei o $$, fui logo com o H. e com o F. ao Chiado para comprar o bilhete para o Sudoeste. Depois tomei banho em casa do H. porque não tinha tempo de vir a casa antes do… jantar de monitores! O jantar de monitores que nós organizámos. Foi divertido e serviu para gastar o resto do $$ do meu ordenado… quer dizer, ainda sobrou algum. Mas gastei o meu ordenado quase todo num só dia… mas foi bem gasto! Valeu-me um jantar, ainda me vai pagar o fim-de-semana na Serra da Estrela e ainda me vai valer 4 dias fantásticos no Sudoeste TMN com os meus amigos.”




OUTRAS COISAS DO VERÃO DE 2006

Entrada a 23/07/2006“o meu pai não me está a querer deixar ir à Serra da Estrela e estou-me a passar. Desabafei com o H. e ele mandou um mail ao meu pai:
‘bom dia, eu sou o H., um amigo da Cláudia, deu-me boleia até casa uma vez. A Cláudia contou-me que a deixou ir ao Festival do Sudoeste mas que não a deixa ir ao acampamento dos escoteiros. Com certeza que deve ter as suas razões, mas parece muito estranho deixá-la passar quatro dias num festival de música sem controlo e não a autorizar a passar dois dias num acampamento onde tem alguma vigilância adulta. Espero que não me interprete mal, não lhe estou a pedir satisfações nem a tentar mudar a sua opinião, quem sou eu para pôr em causa as suas razões enquanto pai. Não foi ela que me pediu para escrever isto, fi-lo por iniciativa própria. Estou a escrever-lhe apenas para lhe mostrar que acho a situação muito estranha. Os melhores cumprimentos, Henrique Costa’.
Mais tarde, o meu pai acabou por me deixar ir. Yeaah. Também estou contente porque o SA aceitou o meu convite para ir dar uma volta à praia, hoje ao fim da tarde.” (noite em que o SA foi dormir a minha casa e eu fiquei super frustrada porque fizemos uma directa e fizemos tudo menos sexo e “nem sequer um beijinho”. Ainda gostava dele nesta altura, muito).


Entrada a 27/07/2006 “ontem voltei para casa da minha mãe. Tinha cá uma encomenda, do H.. Mandou-me por correio um vestido branco, LINDO. Que, ainda por cima, me assenta que nem uma luva. Fiquei eufórica. É mesmo muito lindo.”


Entrada a 22/07/2006 “tive ‘sonhos molhados’, quer dizer, em versão feminina. Fartei-me de sonhar, mas só me lembro das partes do sexo. Espero que nunca ninguém leia isto.”


E aqui terminaram os meus diários. Gostei de voltar a lê-los... (e passar algumas partes para aqui) :)

7 de janeiro de 2011

' Não acredito

como é que ainda não transcrevi para o blog a minha lista de objectivos/planos/sonhos para 2011.

também não interessa muito. a lista tem milhentos pontos e eu reduzo-os a 5:

  1. fazer erasmus (imperetrivelmente)
  2. arranjar um carro
  3. ir a Moçambique celebrar o meu 21º aniversário e conhecer (finalmente) a minha família paterna
  4. fumar menos
  5. fazer sexo a três.
se bem que ultimamente pouca tem sida a vontade de fazer ou pensar em alguma coisa...
há-de passar.

5 de janeiro de 2011

' Crise existencial.

Nestes últimos tempos tenho andado numa crise existencial... constantemente a colocar-me questões a mim própria às quais sei que nunca vou conseguir responder... deixei que a minha mente fosse por caminhos perigosos, daqueles que, uma vez que se entra, já não se consegue sair... (o mais irónico é que entrei por estes "caminhos" aos 15 anos, quando comecei a escrever aqueles poemas que nem todo o mundo entende na sua essência, mas enfim, eu sei que entendo, e depois dessa fase fartei-me de me questionar a mim mesma e entreguei-me completamente à trivialidade da vida e às coisas mais superficiais... agora deu-me para voltar)... não estou deprimida e já pensei em suicidio mas nunca em cometê-lo na realidade... porque amo demasiado a vida. o que é contraditório... desde os 15 anos que penso nestas coisas. fecho-me em copas, e simplesmente penso. muitas das vezes quero exprimir-me por palavras e não consigo. consegui expressar-me em alguns dos meus poemas, a partir daí parece que perdi "a coisa"... sei que só ando a pensar, e a pensar, e a pensar... no absurdo da vida. no absurdo completo que é a vida. de como tudo é completamente repetitivo, até a própria existência... ninguém é ninguém, todo o mundo é simplesmente cópia... eu não sou eu, eu sou uma cópia de alguém... provavelmente nunca serei ninguém... (e esta questão mais "filosófica" leva-me sempre sempre sempre a uma questão de índole mais prática, que é "eu não sei o que quero da vida")... de como tudo é completamente absurdo... parar para pensar de onde tudo veio e para onde tudo vai e, afinal, o que raio estamos aqui a fazer... dêem os argumentos que derem "estamos aqui para procriar", "estamos aqui porque deus nos criou" (e a questão da religião é outra que dá pano para mangas, mas para resumir a coisa, para mim é simplesmente uma forma que as pessoas encontraram para depositarem tudo o que de bom e mau acontece e até mesmo todas estas perguntas, num ser divino e superior, que "dita" o que está certo ao errado, no qual depositamos fé e esperança numa vida após a morte, enfim... uma fachada total), vai tudo dar ao mesmo... a um gigante e redondo PORQUÊ. o porquê de tudo existir, o porquê de tudo ter começado, se alguma vez começou (ninguém sabe, quando chegámos cá já tudo existia simplesmente), o porquê de tudo simplesmente ser, se tudo um dia vai simplesmente acabar... o tempo, atrofia-me... o tempo é uma questão que me confunde... a questão do ser humano ter sentido a necessidade de ter criado algo que cronometrasse o tempo, aliás, por ter criado a própria noção de tempo, por sentir necessidade de se orientar... orientar... regras, normas sociais, leis... sem elas, o que seríamos? verdadeiramente livres... verdadeiramente livres? nunca seríamos felizes assim... na verdade, a liberdade é uma completa falácia... viveríamos no completo caos e desordem... no fundo, temos tanta necessidade (pelo menos eu) de quebrar regras e de revoltar-se contra padrões e critérios universais do que é aceite ou reprovável, contra juízos de valor nos quais acabamos por cair nós mesmos inevitavelmente... mas a verdade é que sem tudo isso viveríamos num completo abismo, um buraco negro para o qual seríamos sugados, um caminho sem fim e sem retorno, o ciclo vicioso do sem-sentido... depois de pensar nisto, chego à conclusão de que não vale a pena... que pensar nestas coisas só por um dia me cansa tanto psicologicamente, ao ponto de me deixar exausta, quanto mais pensar uma semana, um mês, um ano, uma vida inteira!... e nunca chegar a uma solução... diz-se que o ser humano é racional e por isso terá mais vantagem sobre os outros animais, no entanto, não vejo a coisa dessa forma... quanto mais consciência e racionalidade temos, mais dúvidas colocamos, menos respostas obtemos, mais infelizes nos sentimos... há alturas em que penso mesmo, mais valia viver na ignorância e ser feliz... não aguentamos de tanto conhecimento, de querermos sempre conhecer mais porque achamos que nunca conhecemos o suficiente... e procuramos, mais e mais, mais e mais, e quanto mais procuramos, menos encontramos, a menos conclusões chegamos e mais dúvidas surgem... então chegamos à conclusão de que o melhor será mesmo aceitar o absurdo completo da simples existência e viver com isso... entregarmo-nos às trivialidades do dia-a-dia, ao trabalho, à faculdade, aos amigos, ao namorado/a, à série de televisão, ao facebook, aos blogs, à satisfação das nossas necessidades mais básicas, ao sexo e aos prazeres carnais e efémeros, ou às coisas que achamos belas e geniais na vida, como aquela música que nos toca em todos os aspectos e que somos capazes de ficar um fim-de-semana inteiro a ouvir, ou ir a um museu contemplar as mais belas obras de arte alguma vez feitas, ou viajar pelo menos uma vez por mês e conhecer pessoas e culturas diferentes da nossa... fazendo um esforço para nos esquecermos de que há e sempre vai haver aquela dúvida existencial, a maior dúvida de sempre, mas que, como nunca lhe vamos conseguir dar uma resposta, mais vale então habituarmo-nos... como quem diz deal with it, chegaste aqui, nasceste, vives, não te mates porque concerteza tens alguém que te ama no mundo e como ser altruísta que deves ser não deves ser egoísta ao ponto de tirares a tua própria vida e deixares alguém a sofrer por cá...  mas que tudo isso que vives não tem importância absolutamente nenhuma... sejas tu, anónimo, ou o Barak Obama, vai tudo dar ao mesmo... somos iguais por dentro, temos o sangue da mesma cor e, como seres humanos irremediavelmente condenados à trivialidade e efemeridade, não somos absolutamente nada senão a repetição de alguém... por isso, das duas uma, mata-te ou conforma-te, simplesmente, não há nenhuma outra saída...

não sei que se passa comigo... ando a ler Nietzche, ando extremamente existencialista e niilista... neste momento vivo no absoluto caos que é a minha mente.

e tudo isto começou pela coisa mais absurda de sempre... uma cadeira, na faculdade, que odeio, e que quando me sentei para estudar e quis bater com a cabeça nas paredes... quando recebi as notas e vi que tinha tido dois míseros 14's (eu sou exigente comigo própria e 14 é médio a mandar para o mau) depois de me ter esfalfado em 2 trabalhos... dei por mim a pensar... PORRA, esta merda não me faz feliz, provavelmente só me faz ganhar rugas e eu devo morrer jovem, porque é que eu estou a perder tempo com isto... isto não interessa para nada, no fundo, no background do que é a minha vida inteira, isto não interessa absolutamente nada... but then again, que remédio tenho eu senão fazer algo da vida nem que seja com o último propósito de sobreviver e ir sobrevivendo para acabar por morrer... que remédio tenho eu, com a crise que está e com toda a gente (sobretudo os meus pais) a mandarem-me esse facto à cara, senão trabalhar para um pequeno vislumbre de um futuro que se diz ser melhor... mas que na verdade vai ser uma merda, porque nunca tive um time off para pensar o que realmente queria da vida, e nem me podia dar a esse luxo... por vezes sinto que fui forçada a crescer demasiado rápido, ainda que tivesse sempre mantido o meu mundinho cor-de-rosa para salvaguardar a minha sanidade mental.

toda e qualquer motivação foi-se, vai-se, um pouco mais todos os dias, faço as coisas por obrigação, a pensar que sim senhora, adoro psicologia, mas que provavelmente não me vai levar a lado nenhum... vai levar-me onde? a tirar um curso, arranjar um emprego, dentro de um consultório ou de um escritório, onde vou estar todos os dias das 9h às 17h, para conseguir pagar as contas ao fim do mês, escrever uns quantos livros se tiver sorte e inspiração, constituir família, cuidar dos filhos, envelhecer, reformar-me, cuidar dos netos, e eventualmente (aliás, de certeza), morrer... é isso mesmo... "Há quem diga que a vida é como uma longa caminhada. Que grandes caminhos se percorrem começando por dar um pequeno passo. Que partimos de um princípio, e chegamos à felicidade, simbolizada pelo fim desse grande caminho. Eu acho que a vida é uma caminhada que vai sempre dar ao mesmo. Não é em frente, como na proposta que referi acima, mas sim para os lados. Podemos dar um, dois, três passos, ou os que forem, para a esquerda ou para a direita. Mas voltamos sempre ao mesmo. Voltamos sempre àquele ponto inicial, que coincide com o final. Onde o nascimento se cruza com a morte... no fundo, acabamos sempre onde começámos. Dermos os passos nas direcções que dermos. Acabamos sempre onde começámos e tudo o que fica pelo meio, é só isso... tudo o que fica pelo meio. Nada mais, nada menos." (daqui, por mim).

Sempre filosofei muito. Demais até. Até doer. Doer mesmo, doer na alma. Não sei se tive algum trauma de infância em relação à morte, se tive não me lembro, mas nunca consegui lidar bem com a mortalidade das pessoas e a finalidade das coisas em geral. Há momentos em que me sinto como uma criança que se confronta com a morte pela primeira vez. Ainda não tendo aceitado bem a questão da mortalidade, chegar à conclusão de que a morte/o fim é absolutamente inevitável a tudo o que vive, é dose demais para mim. "Filosofar é aprender a morrer". José Saramago.

4 de Janeiro de 2011 à noite... o meu avô paterno morreu. só soube agora. não o conhecia, still meu mundo inteiro ruiu. ainda mais. se estive quase o dia inteiro de hoje a chorar, foi por pressentimento, por presságio, de certeza, uma espécie de sexto sentido, e eu nem sou de acreditar nessas coisas, mas raras são as vezes em que acordo e me apetece simplesmente chorar, compulsivamente, chorar e chorar apenas. estou mais triste pelo meu pai. as forças esgotaram-se. estou tão angustiada que nem consigo chorar. não tenho mais lágrimas. Descansa em paz, Avô.

hoje acordei com um aperto no coração... como se me faltasse qualquer coisa que não sei o que é, ou pelo contrário como se não faltasse nada e esse simples facto me doesse muito mesmo...

estou com esta música na cabeça, há horas, e a chorar sem conseguir parar...

não sei porque choro, choro só porque sim, por tudo, por nada.

não sei porque choro mas sei que me apetece ir lá para fora para a chuva continuar a chorar.

só me apetece chorar. mesmo sem saber (exactamente) porquê. chorar e suspirar, chorar e suspirar, chorar e suspirar, e saborear o salgado das lágrimas.

preciso limpar a alma, senti-la vazia.

4 de janeiro de 2011

' Dos meus Diários #17

Diário 17. 15/16 anos.

Entrada a 16/03/2006 “eu e o H. hoje… ui ui! Ele estava muito simpático hoje e tivemos a tarde toda juntinhos um ao outro, a brincar e tal… quem nos visse, o que pensaria!... as coisas aqueceram… só me apetecia beijá-lo e acho que a ele também… e, sinceramente, acho que só não aconteceu porque o F. estava na mesa ao lado a estudar e, quando ele estava com a cara muito encostadinha à minha (acho que ele queria beijar-me nessa altura, e essa era a minha oportunidade), eu ‘bloqueei’ e não virei a cara também (e se virasse, era beijo na certa)… fiquei com a cabeça como estava, a escrever na mão dele… que estúpida! Perdi uma oportunidade…” (quando tive um mini-romance com o henrique, actualmente um dos meus melhores amigos).

Entrada a 24/03/2006“estou KO pelo H.… KO… cada vez que ele falar comigo quase a beijar-me, sinto uma coisa muito estranha mas muito boa, que me faz ficar a pensar nisso o dia todo, que me faz desejar que aconteça outra vez, que me faz andar por aí com um sorriso estúpido na cara a fazer coisas sem nexo nenhum e só depois me aperceber… sintomas de paixão. Mas acho que ainda não chegou a esse ponto, nem eu quero que chegue, nem eu vou permitir que chegue, nem eu vou deixar-me apaixonar" (mini-romance com Henrique)

Entrada a 24/03/2006 (mais tarde) “foi hoje… acabei por voltar para a biblioteca e o H. foi lá ter comigo…. Ficámos lá um bocado até que eu deitei a cabeça em cima do braço dele e ele fez o mesmo, ficámos com a cara ao mesmo nível e começou a dar-me festinhas no cabelo… e perguntou-me se eu queria ir para outro sítio, um jardim lá perto. Conversámos um bocado e aconteceu… o beijo… era suposto ser só um, por causa do pedido dele, mas eu tive de ensiná-lo a beijar, porque ele nunca tinha beijado ninguém e não era lá grande coisa nisso. Depois disto, fiquei bem mais sossegada… percebi que o que sinto por ele não é paixão, mas uma paz de alma quando ele está comigo, perto de mim, abraçado a mim. Acho que é amizade colorida, e é bom. Isto tudo fez-me pensar o que eu tenho andado a fazer. Acho que me tenho mesmo estado a usar das pessoas para me sentir bem… tenho andado a conquistar corações só para sentir que tenho potencial para gostarem de mim. Isto é tão mau. Faz de mim uma péssima pessoa, mas não tenho culpa de ser tão emocionalmente instável (…) mais tarde, falei imenso com o L., nas escadas do prédio. Contei-lhe tudo o que se tem andado a passar e ele contou-me a vida dele. Despedimo-nos com um beijo… na boca. Foi a primeira vez que beijei duas pessoas diferentes no mesmo dia!” (mini-romance com Henrique e quando gostava de muita gente ao mesmo tempo e vice-versa)

Entrada a 26/03/2006 “meu deus… nem consigo segurar bem na caneta de tão transpirada que está a minha mão… vou directa ao ponto: o H. mandou-me uma mensagem a dizer ‘Amo-te’. O pior é que eu não sinto o mesmo, nem perto. Estou a transpirar por todos os poros…

Entrada a 28/03/2006“a situação do H. chegou ao cúmulo… já chegou ao ponto de pessoas que eu nunca falei com elas na vida, me virem perguntar ‘és tu a Cláudia?’. A Cláudia. ‘A CLÁUDIA’… já usam o artigo definido, género feminino, número singular, ‘a’… já não sou apenas Uma Cláudia. Sou A Cláudia. O que o H. anda a espalhar por ai… isto é bom.” (eu era invisível na minha escola e de repente todos sabiam quem eu era afinal).

Entrada sem data“outra coisa completamente surreal que se passou foi o facto de, numa bela tarde, resolver ir ao cinema com a R. e, quando fomos comprar os bilhetes, o vendedor ter ido ter connosco, aparentemente para nos vender os bilhetes, mas que acabou por resultar numa conversa interessante… e uma GRANDE QUÍMICA ENTRE MIM E ELE! Aquele momento foi tão ‘qualquer coisa de’, que tive a ideia alucinada de escrever os nossos nomes, mails e números de telemóvel num papelinho e deixá-lo debaixo do pacote de pipocas que mais tarde compraríamos… que foi o que a R. fez! Quem é que, momentos depois, apareceu na sala de cinema a perguntar-nos se nos tínhamos esquecido de um papelinho? Sim, isso mesmo, ele. Nós, super envergonhadas, dissemos ‘não, o papel era mesmo para ti’. E foi assim que conheci o ****, afinal gerente do tal cinema, afinal com 23 anos (e nós que lhe dávamos uns 19), e, o pior de tudo… casado!” (já tinha aqui escrito sobre isso,lol)

3 de janeiro de 2011

' Como é que eu deixei passar o "Burlesque" em branco?



OH MEU DEUS!!!!!

foi dia 27 e hoje já é dia 3. passou-se tanta coisa que nem tive tempo para parar e pensar.

tive tempo de sobra para pensar com calma nos últimos dias hoje durante a frequência, deram-me tantas brancas que fiquei a olhar para o ar. deu para pensar, sim.

moving on para o que interessa. como é que eu deixei passar o Burlesque sem fazer um post?

obcecada como sou pela Christina e por tudo o que tenha a ver com burlesco... desde plumas, a corpetes, a meias de liga, a coreografias sensuais. enfim, àquela peculiaridade do burlesque-pin-up que não se encontra em mais lado nenhum. COMO!?!!!

o filme tinha uma história mais que cliché, no entanto, AMEI e repetia a dose as vezes que fossem precisas (fui à ante-estreia e estou a pensar seriamente em pagar um bilhete para ver de novo), só por ter ela, ela ela... a minha diva, Christina... e por ter coisinhas como esta:


e outras...

OH MY FUCKING GOD. há coisas que são melhores que pornografia. já tinha visto vezes sem conta no youtube, mas ver no grande ecrã é outra coisa. e a CHRISTINA fica no seu MELHOR, no REGISTO BURLESQUE/PIN-UP... como esta música - Nasty Naughty Boy - que para mim supera "sexual healing" e "lets get it on" no que toca a "Músicas de strip/sexo"...lol

CHRISTINA I LOVE YOU.

eu sei que isto é muito à pita, mas enfim... when it comes to Christina, I'm really a histerical teenager.

Muaah @

e já que estamos numa de cinema, estou completamente farta dos filmes ridículos que passam agora... sempre mais do mesmo, ou comédias românticas repetidas, ou filmes tipo crepúsculo e harry potter (vómito)... a sério... em ANOS só saíram 3 filmes burlesque... este, o Nine e o Chicago... o Nine desiludiu-me...  a sério, deviam apostar mais nisto!

2 de janeiro de 2011

' Não sei se já tinha dito que tinha um medo de morte da água, quando era pequena...

o que eu não me ri quando dei com isto em álbuns antigos.

' A passagem de ano valeu a pena, no mínimo, por ter feito as "pazes" com alguém e não passar de ano com rancores. That's not even really my type.

Reli a agenda de 2010, os melhores momentos escritos a vermelho dentro de um quadrado cor-de-rosa. felizmente, foram muitos.

Assinalei os últimos "checked" e guardei-a na estante.

2010 foi um ano de mudanças, concretizações de sonhos antigos e construção de novos. e sorrisos. muitos sorrisos. foi amazing e tenho bons feelings para 2011.

Agora, INFELIZMENTE, está na hora de recarregar energias, voltar a regular os horários, purificar o meu sangue de todas as substâncias duvidosas, e voltar à vida normal, da qual faz parte um exame já na 2ª feira. :(

Muaah @