Diário 17. 15/16 anos.
Entrada a 16/03/2006 – “eu e o H. hoje… ui ui! Ele estava muito simpático hoje e tivemos a tarde toda juntinhos um ao outro, a brincar e tal… quem nos visse, o que pensaria!... as coisas aqueceram… só me apetecia beijá-lo e acho que a ele também… e, sinceramente, acho que só não aconteceu porque o F. estava na mesa ao lado a estudar e, quando ele estava com a cara muito encostadinha à minha (acho que ele queria beijar-me nessa altura, e essa era a minha oportunidade), eu ‘bloqueei’ e não virei a cara também (e se virasse, era beijo na certa)… fiquei com a cabeça como estava, a escrever na mão dele… que estúpida! Perdi uma oportunidade…” (quando tive um mini-romance com o henrique, actualmente um dos meus melhores amigos).
Entrada a 24/03/2006 – “estou KO pelo H.… KO… cada vez que ele falar comigo quase a beijar-me, sinto uma coisa muito estranha mas muito boa, que me faz ficar a pensar nisso o dia todo, que me faz desejar que aconteça outra vez, que me faz andar por aí com um sorriso estúpido na cara a fazer coisas sem nexo nenhum e só depois me aperceber… sintomas de paixão. Mas acho que ainda não chegou a esse ponto, nem eu quero que chegue, nem eu vou permitir que chegue, nem eu vou deixar-me apaixonar" (mini-romance com Henrique)
Entrada a 24/03/2006 (mais tarde) – “foi hoje… acabei por voltar para a biblioteca e o H. foi lá ter comigo…. Ficámos lá um bocado até que eu deitei a cabeça em cima do braço dele e ele fez o mesmo, ficámos com a cara ao mesmo nível e começou a dar-me festinhas no cabelo… e perguntou-me se eu queria ir para outro sítio, um jardim lá perto. Conversámos um bocado e aconteceu… o beijo… era suposto ser só um, por causa do pedido dele, mas eu tive de ensiná-lo a beijar, porque ele nunca tinha beijado ninguém e não era lá grande coisa nisso. Depois disto, fiquei bem mais sossegada… percebi que o que sinto por ele não é paixão, mas uma paz de alma quando ele está comigo, perto de mim, abraçado a mim. Acho que é amizade colorida, e é bom. Isto tudo fez-me pensar o que eu tenho andado a fazer. Acho que me tenho mesmo estado a usar das pessoas para me sentir bem… tenho andado a conquistar corações só para sentir que tenho potencial para gostarem de mim. Isto é tão mau. Faz de mim uma péssima pessoa, mas não tenho culpa de ser tão emocionalmente instável (…) mais tarde, falei imenso com o L., nas escadas do prédio. Contei-lhe tudo o que se tem andado a passar e ele contou-me a vida dele. Despedimo-nos com um beijo… na boca. Foi a primeira vez que beijei duas pessoas diferentes no mesmo dia!” (mini-romance com Henrique e quando gostava de muita gente ao mesmo tempo e vice-versa)
Entrada a 26/03/2006 – “meu deus… nem consigo segurar bem na caneta de tão transpirada que está a minha mão… vou directa ao ponto: o H. mandou-me uma mensagem a dizer ‘Amo-te’. O pior é que eu não sinto o mesmo, nem perto. Estou a transpirar por todos os poros…”
Entrada a 28/03/2006 – “a situação do H. chegou ao cúmulo… já chegou ao ponto de pessoas que eu nunca falei com elas na vida, me virem perguntar ‘és tu a Cláudia?’. A Cláudia. ‘A CLÁUDIA’… já usam o artigo definido, género feminino, número singular, ‘a’… já não sou apenas Uma Cláudia. Sou A Cláudia. O que o H. anda a espalhar por ai… isto é bom.” (eu era invisível na minha escola e de repente todos sabiam quem eu era afinal).
Entrada sem data – “outra coisa completamente surreal que se passou foi o facto de, numa bela tarde, resolver ir ao cinema com a R. e, quando fomos comprar os bilhetes, o vendedor ter ido ter connosco, aparentemente para nos vender os bilhetes, mas que acabou por resultar numa conversa interessante… e uma GRANDE QUÍMICA ENTRE MIM E ELE! Aquele momento foi tão ‘qualquer coisa de’, que tive a ideia alucinada de escrever os nossos nomes, mails e números de telemóvel num papelinho e deixá-lo debaixo do pacote de pipocas que mais tarde compraríamos… que foi o que a R. fez! Quem é que, momentos depois, apareceu na sala de cinema a perguntar-nos se nos tínhamos esquecido de um papelinho? Sim, isso mesmo, ele. Nós, super envergonhadas, dissemos ‘não, o papel era mesmo para ti’. E foi assim que conheci o ****, afinal gerente do tal cinema, afinal com 23 anos (e nós que lhe dávamos uns 19), e, o pior de tudo… casado!” (já tinha aqui escrito sobre isso,lol)