14 de janeiro de 2011

' A eterna questão do "porquê fazer a cama se logo à noite vou voltar a desfazê-la?"...

Sinto-me a cair num poço sem fundo. Quanto mais caio mais quero cair. Não me travo, não me paro, deixo-me ir, perfeitamente consciente disso.

Acordo todos os dias a pensar no que quero fazer e chego sempre à mesma conclusão: NADA. Não me apetece levantar, não me apetece tomar banho, fazer o almoço, estudar, ou sair, ou simplesmente ver televisão. Tudo perdeu o interesse e há dias em que acordo com uma vontade incontrolável de chorar.

Não quero fazer-me de coitadinha nem de vítima. Mas a verdade é que, ainda que saiba que não estou, sinto-me terrivelmente sozinha. Sozinha na minha mente. Para quem me vê de fora, sou perfeitamente normal. Continuo a rir, a fazer as coisas do dia-a-dia, a conseguir manter conversas triviais e de circunstância (ainda que elas me matem aos poucos), nunca ninguém diria que a minha mente está um caos, a minha alma está a auto-destruir-se e que em casa eu não faço nada a não ser chorar.

Podia ir buscar razões exteriores e apoiar-me nelas... é o que todos fazemos: estamos em baixo por causa do trabalho; por causa da faculdade; por causa dos amigos; por causa da crise; por causa disto, por causa daquilo... para quê enganar-me e viver nessa fachada? Eu não estou "em baixo". Eu estou deprimida. E não por razões exteriores. Por razões bem interiores. Questões muito mais profundas do que alguma vez poderia imaginar, que mexem com a minha cabecinha de tal forma...

O pior é que não me esforço minimamente por encontrar um atalho (mental) e sair. Insisto em pensar, pensar e pensar, e esmiuçar tudo até ao fim. Tudo até ser pó.

Se acordo às 17h a pensar "na vida", às 23h já estou cansada e me dói a cabeça de tanto pensar e chorar. Chorar. Que não tem passado um dia sem que chore.

Algo de muito errado se passa comigo. Sempre me questionei acerca de tudo, mas nunca tinha caído numa "depressão", ou estar à beira disso, e ter muita consciência desse facto. Já pensei em consultar um psicólogo. Mas estou a tentar lutar contra isso. Quero conseguir superar sozinha, como sempre superei os "baixos" na minha vida (ainda que nunca tivessem chegado tão baixo), para além de ter a sensação horrível que ninguém, nem um psicólogo, me ia entender. Só se entrasse na minha cabeça. Contra mim falo. Estou a estudar psicologia e não saberia como ajudar alguém que me aparecesse à frente a dizer as coisas que digo a mim mesma. Coisas que só consigo mesmo dizer a mim mesma... nem expressá-las consigo (isso também me mata).

Todos os dias acordo mais cansada que no dia anterior, mesmo que tenha dormido 15 horas quase seguidas. Pergunto-me o que quero fazer, o que me apetece fazer, o que vou fazer. Nunca encontro respostas para nada. Não faço a cama, para quê, se à noite vou voltar a desfazê-la. Não abro os slides para ler e estudar, para quê, se vou chumbar nisto de qualquer forma, ou ter uma nota de merda, estude ou não. Não faço nada, para quê, não tem importância nenhuma.

Cansada. É isso. Sinto-me, só, muito, cansada.

2 comentários:

Anónimo disse...

Si, probabilmente lo e

Botas disse...

Porque comer se logo vais ficar com fome.xD

<3