1 de abril de 2009

' Hoje é dia das Mentiras...

... mas eu não vou mentir. não vou mentir porque sinto que o último ano em que eu namorei foi todo ele uma autêntica mentira. então agora vou mesmo dizer uma grande verdade: faz hoje 2 meses que acabei com o meu ex, e eu proclamo independência e liberdade emocional e física, mas no fundo continuo a pensar imenso nele. continuo a dar-me imenso com ele. ele continua a vir cá a casa (quando o meu pai vai trabalhar até à noite). a fazer o jantar comigo a jantar e a ver The Simpsons comigo. a lavar a loiça comigo. a fumar comigo (eu não fumo regularmente nem sozinha, quando estou com ele é que quase nunca falha), a pôr a conversa em dia enquanto fumamos. as novas amizades coloridas dele, e as minhas. a vida dele, e a minha, que agora seguiram rumos diferentes. de vez em quando há sexo livre e descomprometido, uma simples descompressão de stress e cedência de prazer mútuo. damos sempre um beijinho na boca (tipo bate-chapas) no início e no fim de cada 'encontro'.

depois, eu fico sempre a pensar. na nossa amizade. na amizade que sempre tivemos para além do namoro. na amizade íntima. mas fico triste. por um lado, tudo mudou para melhor desde que fiquei livre e descomprometida (lol). tudo isto são factos: sinto-me mais bonita, mais livre, conheci pessoas novas, ando a sair e a divertir-me muito mais, emagreci, e, claro está, os pretendentes começam a aparecer... (sim, Elite, tens razão), o que é óptimo e maravilhoso e faz-nos levantar a auto-estima até ao céu por saber que temos alguém (e vários alguéns até) que olham pra mim, se lembram de mim, pensam em mim e se interessam em mim seja por que razão for... por outro, às vezes sinto falta de alguém que esteja ao meu lado. que me conheça inside out. que adormeça e acorde comigo. que me ache linda despenteada e de pijama. alguém que escolha comigo os nomes dos nossos possiveís futuros filhos. e apesar de ele nunca ter sido o exemplo de apoio que eu precisava perfeito (essa foi uma das razões que me levaram a pôr um fim a tudo), apesar disso tudo, era sempre alguém presente, relativamente presente. e eu não estou habituada a estar sozinha.

depois, chateio-me comigo mesma. porque não tenho nem quero ter nada a ver com a vida dele. quero ficar indiferente a tudo o que tenha a ver com ele, mas não consigo ficar....

.... porque ele vem cá a casa, é todo querido, tenta qualquer coisa comigo (sexo), e quando eu não dou, ele fica triste porque eu não dou, eu fico triste porque penso que ele só quer sexo, ele fica ofendido por eu achar isso, começa quase a chorar e a dizer que não consegue fazer mais nada com ninguém porque se habituou a fazer comigo e ainda gosta demasiado de mim e ainda é cedo pra ele e blá blá blá.. pede desculpa por ter pressionado e faz um grande discurso, eu fico toda comovida, ele vai embora, fica tudo bem, à noite eu ligo-lhe pela primeira vez num mês inteiro porque fiquei mesmo com pena do discurso dele, e ele fala comigo com um desprezo horrível, e ainda por cima diz que não (ele acha sempre que não), acha que falou comigo normalmente, e eu volto a ficar triste como ficava quando ele o fazia quando nós andávamos ! ele continua a fazer as mesmas coisas que me irritam e que me tiram do sério - nomeadamente tratar-me com desprezo quando está ao pé de outras pessoas, sobretudo ao telefone (e ainda tem a lata de dizer que eu faço o mesmo, mas é mentira) - e eu continuo a querer fazer as pazes com ele. nós continuamos a discutir por telemóvel até chorar, até ele chorar porque eu estou a chorar, e até eu chorar mais porque ele está a chorar. e eu pergunto-me 'porque é que eu não aprendo, porque é que eu não deixo de gostar dele, de pensar nele, de querer estar bem com ele'. no meu pior estado eu digo-lhe 'estou farta destas tuas merdas' e vou-me embora sem me despedir. ele manda mensagem/liga a dizer que nunca mais vai ter comigo se eu continuo a fazer isso. eu digo que nunca mais lhe falo se ele continuar a fazer coisas que faz que - mesmo que só meu amigo - não se fazem. e fico uns dias sem lhe dirigir a palavra. mas passados 3 dias o meu pai diz-me 'hoje vou trabalhar à noite' e eu penso logo nele. não quero estar sozinha em casa e digo pra ele vir cá. e ele vem cá a casa, falamos, jantamos, fumamos, ocasionalmente temos sexo, fumamos outra vez, ele vai-se embora, falamos, despedimo-nos antes de ir dormir à noite, no outro dia a seguir discutimos. é um ciclo vicioso que sabe bem quando se faz as pazes. mas que destrói quando há discussões.

hoje à noite vou estar sozinha outra vez. mas sabem que mais? não lhe vou dizer nada. estou chateada com ele. hoje tive um dia péssimo. tinha coisas combinadas e descombinei tudo porque me apetecia dormir de manhã. acordei e fiz o almoço e almocei sozinha. recebi umas mensagens de dia das mentiras que me assustaram à seria e ainda me diverti eu um bocado a mandar eu umas tretas..lol. agora vou fazer o jantar e jantar, sozinha. sem ele. ele está a tornar-se num vício. e eu tenho de me controlar. é como fumar: às vezes apetece mesmo quando estou sozinha. mas disse a mim mesma que nunca haveria de o fazer, porque é a via mais fácil para me viciar. então não faço. posso ter um maço na mala, mas não toco. tento nem sequer pensar. é tudo uma questão de auto-controle, e assim vai passar a ser com ele também... nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade!

eu sei que isto tudo é confuso, ... afinal, porque é que eu não cago nele e ponto final? eu não consigo viver sem ele? sim consigo! eu não tenho mais ninguém? sim, tenho! afinal, eu não me tenho sempre a mim própria? sim, tenho! mas 'porquê' é a pergunta que eu me faço mais a mim mesma. dias há em que, mais que revoltada com ele, fico revoltada comigo mesma.

mas isto é mesmo assim: eu sou confusa, afinal sou mulher, e as mulheres são complicadas por definição e natureza (lol). mas tudo se resume a que me sinto só por vezes, muito só! e dou por mim muitas vezes rodeada de gente, e a sentir-me realmente sozinha. preciso de alguém - que até agora tem sido ele - na vida de quem eu seja o centro, a prioridade, que nunca se esqueça de mim ! é extremamente egoísta, eu sei... sou assim ! não, não vou mentir ! é dia 1 de Abril e não estou mentir: sinto-me sozinha, e sinto tanto a falta dele ! [o meu problema é que não sei estar sozinha ! nunca estive sozinha/muito tempo sem ninguém!, e agora... estou ! não por falta de hipóteses, mas por falta de interesse meu na maioria das pessoas ! e estou a passar pelo processo de aprender a estar sozinha e a não esperar nada de ninguém, nem uma mensagem amorosa, nem um telefonema à noite. estava tão habituada a isso e agora... é doloroso.]

Neste momento, simplesmente odeio-o! queria ter a capacidade de conseguir nunca mais falar com ele. um fim que ao início foi amigável agora tornou-se amargo. estou tão chateada mesmo. acho que nunca me senti tão chateada. acabei de apagar do pc todas as fotos que tinha dele e com ele. apaguei o nº de telemóvel dele. infelizmente sei-o de cor. mas desta vez acabou de vez, cortei o mal pela raíz e não o quero ver à frente durante uns tempos... a não ser uma vez em que ele tem de me dar o meu relógio que deixei em casa dele um dia.

Muaah @

Ps. este post era suposto ter uns 3 parágrafos curtos, no máximo. mas hoje tou sozinha em casa o dia todo, e quando estou sozinha fico triste. (e só de pensar que ainda são 4 da tarde...) . começo a pensar imenso nas coisas, em tudo, e fico deprimida. não sei porquê... acho que é por não estar habituada a não ter nada que fazer. depois ponho-me a ver televisão, adormeço, acordo ainda pior, venho ao pc, escrevo textos melodramáticos e poemas que eu no fim odeio ler. e depois arrependo-me de não me ter levantado de manhã e de me ter 'cortado' só porque queria dormir mais umas 2 ou 3 horas. e venho descarregar tudo no blog. tenho MESMO de aprender a estar sozinha e ficar BEM !

- // -

Contagem Decrescente: 24 Dias :)

Ps2 - agora ao ver o meu texto publicado, aqui em baixo no 'linkwitin' encontrei um link para o post que fiz no dia das mentiras do ano passado. lol... felizmente já passou (quer dizer, mais ou menos), mas na altura acho que ninguém percebeu muito bem e eu também não queria ser muito explícita: eu tive um padrasto que batia na minha mãe, abusava física e verbalmente dela, um dia eu chamei a polícia, ele bateu-me a mim, quando eu estava com o telemóvel na mão, ele deu-me uma estalada tão grande que eu até 'andei de lado', o telemóvel, que era da minha mãe, voou uns metros e partiu-se todo, eu chamei a polícia do meu, a polícia foi lá a casa, ele fez-se de coitadinho, a minha mãe retirou a queixa, eles foram embora, depois dessa noite meio traumática ainda andámos uns meses na mesma história, chamámos a polícia vezes sem conta, muitas vezes fiquei sem ir às aulas porque ele tinha feito qq merda ao carro da minha mãe, ele continuava a fazer pressão psicológica, conseguia fazer com que eu ficasse com 'pena', até que um dia ele desapareceu uns tempos, nós mudámos de casa, e uma das razões por mudarmos de casa para com tanta 'pressa' era precisamente porque ele não nos largava lá e nós já tínhamos um pouco de medo de sair à rua, chegámos até a pedir um procedimento cautelar mas não servia de nada, estamos em Portugal, porque um dia que ele apareceu lá e nos foi chatear durante a noite, a minha mãe chamou lá os homenzinhos que o levaram para o departamento psiquiátrico do Hospital mais próximo e o psiquiatra cedeu à pressão psicológica que ele fez e sempre tinha feito com todos, e deixou-o vir embora. foi aí que começou a história toda de eu morar em casa da minha avó, história que até hoje ainda não se resolveu. ou seja, há cerca de um ano e meio que andamos nisto, eu de casa pra casa, lá no fundo meio revoltada com a minha mãe pelas atitudes dela, mas também com 'pena' e compreendendo-a pelo que ela passou, com ódio puro ao meu ex-padrasto porque fez com que este último ano fosse uma merda e de vez em quando ainda resolve aparecer e fazer merda (está sempre a mandar mensagens à minha mãe a ameaçar, e um dia partiu o vidro da frente do carro dela), revoltada comigo mesma por não saber lidar melhor com isso tudo.
lindo ! lindo... só me faltava mesmo relembrar isso pra ficar ainda pior hoje!

7 comentários:

Andreia disse...

Bem, eu no teu lugar cortava definitivamente, senão vai ser sempre assim...

Relativamente ao teu padrasto, lamento. Lamento que haja pessoas assim e que tu tenhas tido o azar de ter aparecido uma desses na tua vida.

Maria disse...

Quando se está muito habituada a alguma coisa, o corte é sempre dificil. Mas quanto mais se adia isso pior é, depois...

Anima-te.

Beijinhoo.

B! disse...

Tudo isso é muito estranho! Não fiques presa a algo que já acabou há muito tempo, só piora as coisas. Estar sozinha pode ser chato, mas tens de ter paciência e esperar...

Menina disse...

Deve ser dificil o afastamento total dele..principalmente se já tinham uma boa relação como amigos. Além de que não é mesmo nada fácil habituarmo-nos a estar sozinhos..Mas vais ver que aos poucos te habituas e corre tudo bem. E acredita, gostava de ter os pretendentes que tu tens..É bom sinal =)

beijoca* fica bem linda*

Anónimo disse...

Sabes não é assim tao doloroso estás sozinha e quando aprenderes o quanto é bom estar sozinha apenas com a nossa pessoa não vais pensar tanto nas outras pessoas (nas pessoas com quem queres estar, nomeadamente gajos)
Eu adoro estar em casa sozinha, é espetacular nao tenho que ter algum cuidado porque esta nao sei quem ca em casa, faço comida so para mim, se quero durmir durmo, se quero andar nua pela casa ando (naoo o faço frequentemente xD) lol
É bom ter alguem ao lado e ter alguem que nos ame mas ninguem te vai amar mais do que tu própria e tu és a unica pessoa com quem podes contar ^^

fica bem miuda
love ya =D

A♥ disse...

Pelo que vejo, a história da tua vida não tem sido nada fácil. Lamento que assim seja. Mas sei que do grande sofrimento nascem grandes personalidades. Espero que em breve essa situação se resolva.
Em relação a "ele", vou ser muito sincera. Acho que ele apenas te está a usar e essas atitudes dele não passam de jogos psicológicos que ele usa para conseguir o que quer de ti. Espero sinceramente que consigas cortar mesmo o mal pela raíz. Vai custar, mas no final vais ver que foi o melhor.
Desculpa a minha sinceridade, mas eu digo sempre o que penso.
Big Kisses

cαтια. disse...

Tenta não te refugiar. Sai de casa, combina saídas com oas Amigos, diverte-te! É isso que deves fazer para que não fiques presa àquilo que te deixa triste. E esquece-o de uma vez por todas antes que ele baralhe ainda mais a tua vida.
Força.

Um grande beijinho*