28 de junho de 2010

' And All That Jazz #29

6ª feira, dia 25, eu estou em casa. Acordo às 11h, como, volto a dormir. Acordo às 17h40. Sem qualquer perspectiva para o fim-de-semana, ligo à Vera para saber se ela quer ir à praia no Sábado. Ela diz para eu ir ter a casa dela, para irmos sair. Eu vou. Vamos sair. Eu, ela, o Alex (agora são room-mates, aqueles dois), e mais dois amigos alemães do Alex. Inglês, português e alemão à mistura. É nas alturas em que me vejo obrigada a falar em inglês que percebo que a minha pronúncia é horrível. “your friends must be thinking, what a terrible accent this girl has”. A noite está a ser fraquinha, por isso vamos para casa, mas gosto do facto de ter ficado a falar com a Vera até às 5h da manhã. Temos um entendimento que vai para além das palavras. Eu olho para ela, ela olha para mim, e começamos a rir porque sabemos o que a outra está a pensar. E tem sempre piada. É sempre algo muito estúpido que mais ninguém percebe.

No dia seguinte, Sábado dia 26, acordamos às 10h… para limpar a casa. É aspirar, limpar, lavar, esfregar, estender. somos 5, daí só termos demorado 2 horas a deixar a casa num brinco. Eu bem digo: tenho de os juntar para virem limpar a minha casa. Funciona. À tarde resolvemos ir à Quinta da Regaleira, porque o menino Alex quer mostrar os sítios mais bonitos de Portugal aos amigos alemães. Eu reclamo, critico, barafusto, porque tenho de pagar a entrada e estou curta de dinheiro. (depois de um fim-de-semana a falar inglês só me ocorre a expressão “short on Money”. É o que dá). E gosto pouco de árvores e insectos. Mas acabo por gostar imenso. Claro que ajuda o facto de irmos de carro. Apanhar transportes para Sintra, meus amigos, vão vocês que eu fico em casa, é bom que tenhas carro. Aparte de subirmos 2000 degraus e degrauzinhos e andarmos pela quinta umas 3 horas e nem vermos tudo, gosto muito. Adoro coisas histórias, adoro arquitectura histórica, se bem que fiquei desiludida com o interior do palácio, é fraquinho comparado com o Palácio da Pena, o forte da Quinta da Regaleira são os jardins, os túneis, os lagos, os poços, aquelas construções em pedra que parecem naturais mas são genialmente construídas.















Ao fim da tarde resolvemos ir ao centro da cidade. Eu, cansada como estou, aponto para o primeiro café que vejo, mas eles insistem em ir ao centro da cidade só naquela de se armarem em turistas. Mais não sei quanto tempo a andar. Chegamos lá, tudo demasiado caro, voltamos tudo para trás, paramos no café que eu tinha dito inicialmente, tinha preços normais. “para quê esta perda de tempo, eu disse logo para virmos a este”. As minhas pernas estão a chorar por esta altura, não hesito, entro, sento-me, peço o maior menu de hambúrguer que eles lá têm, don’t care about the Money, i’m too hungry. Ainda fico com fome. Tivemos um jantar trilingue e aprendi a dizer “ovo” em alemão, mas não sei como se escreve, e dispenso. Detesto alemão. Finalmente, vamos embora. Tenho de passar por casa para ir buscar um saco-cama, porque a noite de Sábado está a ser planeada “em cima do joelho”. No meio do stress de tentar tirar a Vera de casa, de arranjar comidas e bebidas à última da hora, lá vamos nós.

Domingo, dia 27. Já passa da meia-noite, acho eu. Passamos pelo Bairro Alto, compramos cerveja e 7up, groselha trouxemos de casa, vamos para o miradouro beber tangos. Só eu e a Vera, um momento a sós. O Sandro vem ter connosco, apanhamos o metro, vamos ter com os outros ao cais do sodré, para apanhar o comboio para a praia. Praia, à noite, perguntam vocês. Sim, praia à noite. Sempre quis passar uma noite na praia, mas não queria ir sozinha nem com 1 ou 2 pessoas. Para fazer isso tinha de ser em grande e com um grande grupo. Foi desta. A praia foi Santo Amaro e o grupo foi o do costume (eu, Bruno, Vera, Sandro, Peter e Nena; infelizmente o Alex não pôde ir), mais uns quantos que conheci nessa noite (Iva, Kiko, Gu… não me lembro do nome dos outros). Chegamos, marcamos território. Temos uma praia quase deserta (totalmente deserta à medida que entra a madrugada), um céu limpo com estrelas, poucas nuvens, um mar calmo e água não muito gelada. O vento está frio, mas não está muito forte. Conversamos muito, muito, rimos ainda mais, rimos até às lágrimas. uns bebem mais, outros menos, comemos o famoso bolo de chocolate da Nena, que já é presença obrigatória nestes convívios, eu e a Vera preferimos uma boa moca a uma bebedeira, daí nunca poder faltar aquilo a que nós chamamos da nossa amiga “Maria Joana”. A moca era tal que me esqueci de tirar fotos à noite para registar o momento. Até que chega aquela altura da madrugada em que o pensamento de “vamos ficar acordados até o sol nascer” desaparece. O álcool e o cansaço puxam. Eu e a Vera atingimos o pico da nossa moca e começamos a rir que nem loucas de coisas que eu não acho piada hoje, como o nome do cão do Sandro – “Jack/Jacques” (não dá para perceber, é uma private joke). A moca é tal que eu só digo “nunca mais vou beber, nunca mais vou fumar nada”. Os sacos-cama estão ali à mão, deitamo-nos, ficamos moles. A Vera adormece num ápice. O Sandro também. O Peter e a Nena estão aos beijinhos, os outros estão dentro da tenda, não sei onde está o Bruno. E eu não consigo dormir com o frio. Por isso vou dar uma volta porque começo a ficar chateada e mal-disposta, é a moca a passar mais a falta de sono e a birra do sono, e o frio, e tudo junto. O Bruno encontra-me algures no meio da praia (tipo um filme, eheh), vem ter comigo e fica tudo bem. Porque sempre que o vejo um mini-sol nasce dentro de mim. Ficamos a namorar um pouco ao nascer-do-sol. Consegui realizar aquela minha fantasia de fazer sexo na praia. Estava na lista dos “sítios onde quero fazer sexo” há demasiado tempo. Foi mais uma rapidinha, que já era de manhã e apareceram uns pescadores. Mas valeu o que valeu. Só a adrenalina de alguém aparecer, dado já ser de manhã por esta altura, valeu por tudo. Sex For Breakfast é tudo o que tenho a dizer. Finalmente consigo dormir uma horinha. Arranjo maneira de me meter dentro do saco-cama e, virada para o sol que está a nascer, fico com menos frio.
Acordo com um sol já bastante alto. A praia está cheia. Pergunto-me o que terão as pessoas pensado quando chegaram e viram um monte de gente a dormir em sacos-cama, outras pessoas com um ar de moca descomunal a olhar para o horizonte e só garrafas de álcool e cinzeiros à nossa volta. Alto cenário. Quem via aquilo, meu deus. Voltando à hora a que acordei. Saio bem devagar do saco-cama e começo a despir peça de roupa a peça de roupa de meia em meia-hora e faz-me extrema confusão como é que as pessoas na praia estão de bikini se eu estou a morrer de frio. Mas quando me dispo não tenho frio nenhum, e como sou prevenida, já tenho o bikini vestido. Finalmente estreio a minha nova toalha de praia - da Marilyn Monroe. O xixi aperta, casa-de-banho é mentira, nada aberto, e o café mais próximo, que fica quase fora de vista, tinha de consumir. meus amigos desculpem-me mas tenho de ir ao mar. foi a primeira ida ao mar da praia de 2010: para fazer xixi. Deito-me ao sol, a vera resolve acordar. Vamos à água de propósito só para voltar para a toalha e ter aquela sensação óptima de fumar quando se sai da água do mar. eu não digo que temos um entendimento comum? Nós olhamos uma para a outra e pensamos “vamos à água”. Quando saímos, olhamos uma para a outra e pensamos “vamos fumar”. Eu saco do maço e tiro um cigarro para ela. Palavras não são precisas. É das melhores sensações do mundo e chego mesmo a ter pena de quem não fuma, nunca vai ter aquela sensação do que é fumar um cigarro quando se sai da água da praia. God, so good. Mais umas quantas idas à água e muito óleo bronzeador depois, resolvemos ir embora. Nem quero acreditar na quantidade de coisas que tenho de levar. Para além das tralhas todas que já tinha trazido, ainda tenho a roupa que tinha vestida na noite anterior, e os ténis (entretanto troquei para as havaianas), e mais um saco-cama, para além do meu, que o Sandro não pode levar e pede para eu guardar em minha casa, mais as coisas que não cabem na mala da Vera – já vos contei que a minha mala é a mala do povo? Todo o mundo manda coisas lá para dentro só porque ela é grande. Vou ter de começar a cobrar. Se vim carregada com 5 kilos, volto com 10.

 Quando chego a casa, nem quero acreditar. A primeira frase que me ocorre é: home, sweet home. Encho o quarto de areia a arrumar as coisas, tomo um dos banhos mais refrescantes da minha vida e deito-me no sofá. Dormi 5 ou 6 horas. Acordo cheia de dores musculares e de cabeça. Faço uma pausa para jantar e ir à net. Tomo uma aspirina. Vou para a cama e continuo o que estava a fazer à tarde. No dia seguinte acordo ainda mais partida.

hoje tive de levantar o rabinho da cama para ir fazer baby-sitting. gastei tanto dinheiro no fim-de-semana que, dê lá por onde der, tenho de o repor. mas até gostei e até passou rápido. o Gui já fala, já faz a maioria das coisas sozinho, hoje foi mais fácil de lidar. está com varicela.

agora estou em casa dele (Bruno), ele queria obrigar-me a ver um jogo de futebol mas eu fuji a tempo. uff.


Foi cansativo. Muito cansativo. Acordei no dia 25 e, de repente, era dia 28, quando voltei à "vida real", quando abri a agenda, quando pensei no que tinha de fazer. nem tive tempo para pensar. Mas foi a melhor maneira de começar o Verão. Estou oficialmente apta para ir acampar ao Sudoeste. Estou para o que der e vier.

A banda sonora do fim-de-semana foi WhooHoo da Christina.

Por razões que só nós sabemos :)



Muaah @

fora tudo isto, acabei agorinha mesmo de saber que acabei com 12 a uma cadeira que jurava a pés juntos que ia chumbar. foi exame. estudei um dia antes. foi MILAGRE. eu que dizia que se passasse com 9,5 chorava. 12 neste exame para mim foi como se tivesse tido 18 noutra qualquer.

5 comentários:

Menina disse...

Que animação =D Passar a noite na praia deve ser mesmo fixe, também gostava de o fazer!

E parece que as férias começaram muito bem para ti :)

beijinho*

Anónimo disse...

O que mais me marcou foi mesmo eu ter-me levantado e ter praticamente gritado "expliquem-me como é que voces estão com uma mocao do caralho com tanto alcool e cigarros e etc e eu que bebi e fumei o mesmo que voces com as mesmas quantidades, não estou?" - estava a sentir-me tao frustrado grrr. Se bem que depois reflectiu-se no dia a seguir, que ja dançava e cantava e fazai tudo no meio da rua xDD LOOOL Mas foi sem duvida uma noite muito fixe :D Temos de repetir mais amoree.

Adoro-tee @

B! disse...

Parabéns pela nota =) Estou a ver que começaste as férias da melhor maneira ;)

beijinhos

Mi disse...

Brutal! Nunca passei a noite na praia, e ela aqui mesmo ao pé.
kiss

Botas disse...

Não paras quieta.xD
Adorei o dia na praia.=D

<3