estou decididíssima a completar todas as cadeiras com boas notas neste semestre, para não ir com cadeiras em atraso para Erasmus no próximo ano, (agora que já tenho a condução feita e já estou mais aliviada nesse campo), e não há maior prova do que essa do que estar à frente (coisa que detesto porque me sinto demasiado observada) e atenta nas aulas de Estatística e ter gasto 5 euros e tal numa sebenta que tem a matéria toda e já ter começado a estudá-la (!!!!), eu, que só começo a estudar quando entro em férias de frequências e que sou forreta demais para comprar livros e tirar fotocópias a sebentas, e que nunca na vida estive atenta a uma aula de estatística, nem de matemática, nem de nada que metesse números (hoje é o que se vê, a minha burrice numérica). Também li textos, artigos, fiz um relatório adiantadíssimo, estudei, enfim, estou mesmo dedicada desta vez. depois, claro, há aquelas aulas secantes em que eu vou lá para o finzinho do auditório aparvalhar com o Daniel, fazer pseudo-poemas com ele, em que cada um escreve um verso, como este:
amo onde a estrada começa
paupérrimo, percorro a vida à espera de esmola.
os transeuntes passam como se de um simples obstáculo me tratasse.
sou ninguém, desespero por não o fazer, morro por viver: o que estupidamente tem lógica, mas nem sempre começo por perceber...
a ausência de ter vontade para ir, avançar, apenas por não querer ficar.
preguiço, o sangue evapora-se sozinho apenas porque quer fugir. desaparecer.
assim se cria uma neblina bem encarnada, de forma crua, ao som silencioso do crepúsculo.
os cães ladram e a caravana passa, como uma corrupção mental e metafórica como se não houvesse instinto banal
só porque sim.
é então que fria e seca a brisa da ausência de instinto torna o ar mais rarefeito e duro de respirar.
como um cavalo de tróia por executar a função suja e porca de uma rasteira cruel,
porque pode fazê-lo.
e morre, assim, na praia, traiçoeiro e solitário, o cavalo de tróia que habitava minh'alma vazia e impassível de vir vez alguma a ser preenchida.
(mesmo para a parvalheira. parvalheira time!).
3ª feira deixou de ser o dia inteiro exclusivo dedicado ao menino para passar a ser só uma tarde, que eu tenho um horário cruel (em compensação, 5ª e 6ª, aulas, nem vê-las). tinha dois bilhetes de cinema grátis oferecidos pela Zon, porque o meu serviço está sempre a falhar e eu estava sempre a fazer reclamações, e eles resolveram oferecer-me duas entradas de cinema grátis para compensar. hmm.. cheira-me a pouco para as vezes que não tenho net nem tv, mas pronto, lá resolvemos aproveitar o cineminha, se bem que nesse dia estava super mal-humorada (mau tempo + período que me deixa, invariavelmente, deprimida + ter dormido 4 horas nessa noite, explosão horrorosa), e o Bruno já se estava a cortar para o cinema, e eu detesto que se cortem, e a ele apetecia-lhe ficar em casa, e eu quando estou triste não gosto de estar em casa porque fico pior, queria ir sair, distrair-me, ver um filme no cinema, e tivemos a nossa primeira mini-discussão, que nem chegou a ser discussão, eu é que quando estou com aquele humor de merda amplio tudo exponencialmente. tadinho. depois arrependi-me tanto porque fui tão má com ele. mas é mesmo assim. quem anda/namora comigo tem quase de ler um contrato, com uma alínea que há-de dizer "não te chegues próximo da Cláudia aqueles 2 dias por mês que ela está mal-humorada por causa do período". tadinho! eu fui uma megera e ele foi tão compreensivo. como ia dizendo, lá fomos nós ao cinema aproveitar os bilhetes que a Cláudia ganhou à pala de muitas noites sem net. àquela hora da tarde e a um dia de semana, os filmes de jeito eram escassos, acabámos por ir ver a Princesa e o Sapo, um filme infantil da Walt Disney cuja única coisa que se aproveitava era mesmo o facto de ter imensas cenas de jazz, tipo musical (e já se sabe a paixão que a Claudjinha tem por esses pseudo-jazzs). bom, também não interessava nada a qualidade do filme, vai-se ao cinema como Bruno e está-se sempre entretida (não é nada disso, tá? a sala estava cheia de criancinhas. é a gozar com ele porque os olhos dele começaram a deitar lágrimas numa parte emocionante do filme e eu gozei com ele a dizer que ele estava a chorar e tive um ataque de riso. e também as pipocas, aquele balde gigante que eu ataquei com unhas e dentes. e vá, uns beijinhos).
4ª feira, gastei 9.90 euros num almoço (!!!!!!). quando a Inês me obriga a ir almoça fora, com a Lena e com a Kika, a fazermos tempo por causa de um furo qualquer (temos imensos), eu engordo sempre 10 kilos e fico falida. ah, mas soube tão bem esse almoço... com direito a tudo e tudo. mais tarde, fui visitar a minha avó, acabei por adormecer no sofá nem passados 5 minutos, pudera, já era a 3ª noite que só dormia 5 horas (isto de ter aulas às 8h da manhã não dá com nada), e só me lembro de ter a sensação que estava a sonhar e a pensar "quero acordar" mas não conseguia... ultimamente tenho andado a ter muito esta sensação: adormeço, sei que estou a dormir, sei que estou a sonhar, forço-me a acordar e acordo imensas vezes dentro do próprio sonho; género, estou a dormir no próprio sono e acordo umas 20 vezes para um sonho diferente; quando acordo a sério, não sei se é realidade ou se ainda estou a sonhar; mas descubro logo porque me dói sempre um braço que ficou esmagado debaixo de mim, que eu estava a dormir que nem pedra e nem me mexi um centímetro.
também andei aí nos autocarros da carris a fazer um pseudo-estudo - método da observação - para um relatório individual para uma cadeira que se chama Métodos de Investigação Qualitativos. uma treta. tínhamos de escolher algo para observar (comportamentos das pessoas) e fazer uma tabela toda cocó e um relatório; eu escolhi - já que passo tanto tempo neles - ver quem validava o título de transporte quando entrava nos autocarros da carris. ok, esta é aquela parte em que eu me pergunto: eu estou em psicologia, alguém me explique o que é que eu estou a fazer a preencher uma tabela com risquinhos e a ver quem passa o passe na máquina ou não? enfim. mas foi giro.
6ª feira, foi o meu tão esperado dia de ronha. ah, soube-me pela vida. o Alex veio cá a casa fazer-me companhia e assinar o meu coração da parede do meu quarto, cada vez mais preenchido =)
fim-de-semana passado em casa dele, é sempre bom. (fora aquela parte em que quando sai de casa no Sábado, ia voando pelos ares com o vendaval que estava, e este Domingo de manhã - passei de querer escrever um posting por dia para escrever mais do que um por dia).
nos entretantos, comi uma caixa inteirinha de ferrero rochers, fiz umas alterações no meu estaminé virtual favorito (este blog) e resolvi que vou passar a publicar todos os dias, mas só a partir do fim da sondagem. apanhei um susto (parvo) de gravidez e ando a reler os meus diários (os 20 diários) que escrevi quando tinha 14/15/16 anos. até já decidi que tenho de passar alguns excertos para aqui. são de morrer a rir, tal era a pitisse com que estava contagiada nessa altura. ah, e felizmente a minha mãe resolveu não dar o nosso cão Marley . ela diz que é porque "ele é muito grande e ninguém o quer", mas eu acho que é porque o Marley já é mesmo indispensável nas nossas vidas. comprei um mp3 daqueles baratinhos mas que, para o preço que foi, compensa e muito: 4 gb, imagens, videos, gravações, jogos (tem o tetris!!!!! ahah), e, claro poder pôr a música que eu quero é óptimo... estava farta de rádio (o meu telemóvel não dá pra por musica), dá sempre as mesmas músicas, e no metro não apanhava rede. agora... ah, agora, posso ouvir o meu Soul, o meu Jazz e a minha BOSSA NOVA onde eu quiser :DDD
amanhã já é Março, meu deus, o tempo e os meses passam a correr.
que soul tão delicioso!
LINDA! LINDA! LINDA! :D