Alguma personagem - já não me lembro quem - do filme Sex And The City 2 pôs por palavras aquilo que eu penso há anos... "every couple makes their own rules".
e é verdade. no fundo, é tudo uma questão de concepções. eu tenho a perfeita noção que tenho uma concepção de namoro totalmente diferente da maioria das pessoas. até do Bruno!
a maioria das pessoas associa namoro/amor a: prisão, falta de liberdade, falta de privacidade, dependência...
isso não podia estar mais errado! quer dizer, até pode ser... para as pessoas que têm falta de amor-próprio! não sabem estar sozinhas, então fazem com que a sua felicidade dependa inteiramente da outra pessoa. isso é mau, faz mal à auto-estima e nesses casos, sim, é completamente doentio, se o namoro acaba - e eventualmente acabará, seja ao fim de 3 meses ou de 10 anos - o mundo da pessoa cai completamente, a pessoa não sabe recuperar-se e ultrapassar isso sozinha, porque estava habituada a ter sempre alguém.
isso não devia ser assim e eu aprendi isso à custa de namoros dependentes e doentios. claro que, se agora nós acabássemos, eu ia ficar super triste, ia sofrer, ia ficar na merda. mas, porra, não ia chegar ao ponto que vejo algumas pessoas chegarem.
porque eu tenho sempre em mente que eu sou a minha prioridade numero 1. eu amo-me mais a mim do que a qualquer outra pessoa. eu nunca vou abdicar do meu futuro, da minha vida, de cumprir os meus objectivos, em prol de alguém. por exemplo, sei que vou ficar na merda no 1º mês que passar em Paris, por saber que deixei alguém de quem gosto muito em Lisboa, mas porra, são 6 meses que vou fazer POR MIM. mim, mim, mim.
ser egocêntrica como eu sou e, simultaneamente, entregar-me a alguém, não é difícil. eu gosto muito dele - a sério, muito!! - no entanto, juntos, conseguimos construir uma relação em que temos tempo para estar juntos, e para estarmos com outras pessoas; eu continuo a ter a minha liberdade, a minha privacidade, o meu espaço, de certa forma, uma vida para além do Bruno, e ele a mesma coisa. quando é para estar com ele, sim, esqueço-me de tudo, entrego-me completamente e ele sabe disso; no resto do tempo, sou eu, eu eu, eu e a minha vida, eu e os meus amigos, eu e as minhas coisas, e ai de mim se algum dia deixar que um namorado mande em mim ou me proíba, impeça, de fazer algo. não há aquela obrigação de estar sempre a falar, sempre a mandar msg's, sempre a ligar, sempre a ir ter com ele todos os dias quando saio das aulas, ou ir com ele a todas as festas ou levá-lo para todo o sítio que vá. Não, porra. se eu tenho alguma coisa mais importante para fazer, ou ele, que se dane, vimo-nos noutro dia, e sabe melhor!! essa obrigação que muitos casais sentem, é péssimo! sentir-me obrigada a mandar uma sms, eu? porra, nunca! se não me apetecer mandar sms's, não mando!!
a relação que eu tenho com o Bruno é boa, porque é assim. fizemos as nossas próprias regras - mais eu do que ele, admito - logo ao início, e é por termos essa base de confiança e liberdade mútuas que nos damos tão bem. eu tenho a minha vida, ele tem a dele, conciliámos as duas, de modo a que fizessemos parte da vida um do outro, mas ao mesmo tempo, não sermos a vida um do outro a 100%. entre fazer parte da vida de alguém e ser a vida de alguém há uma linha muito ténue que pode determinar o quão doentia é a relação. e eu não quero que a minha vida gire em torno de alguém mais do que o necessário.
confesso, já fui uma namorada controladora, e já me controlaram a mim (ao ponto de acabarem comigo só porque "os outros"/os amigos dele achavam que eu não era boa pessoa, e se eu saía com alguém era logo sinal de traição e coisa do género...); com isso aprendi, isso não leva a lado nenhum, controle e ciúmes estúpidos só servem para destruir uma relação. se calhar, fui parar ao extremo oposto - o Bruno faz o que quiser da vida, se ele quiser sair com uma gaja sozinho, sai, se ele me traisse, eu perdoava (conforme as situações também, claro), por vezes consideramos mesmo deixar entrar uma 3ª pessoa (rapariga) de fora para uma experiência sexual a três. claro que tenho aquele ciuminho ligeiro, mas na maioria das vezes é na brincadeira... fogo, o Bruno tem uma vizinha super gira, passa (ou passava) montes de tempo com ela, e nunca o impedi, nunca me senti desconfiada, ou desconfortável com essa relação. porque tenho consciência que não sou - nem quero ser - a vida do Bruno, apenas fazer parte dela de uma forma significativa (como ele faz parte da minha). e ele pode, deve, e tem os seus amigos e amigas para além de mim.
e quem nos vê de fora e não sabe bem como funcionamos, provavelmente pensa que somos muito liberais, que não funciona assim, que bla bla bla...
mas, no fim de contas, cá estamos, há 8 meses; pode não ser muito, para mim já é alguma coisa.
todas as relações têm as suas próprias regras, todas funcionam de forma diferente, ninguém de fora pode dizer nada de concreto. (por isso, acho imensa piada quando pessoas que têm relações verdadeiramente doentias, a olhos vistos, abrem a boquinha para falar mal da nossa. inveja? hmm..). eu, sinceramente, já deixei de ligar ao que dizem. a relação é minha (nossa), não dos outros. não tenho de agradar a ninguém, felizmente. encontrei o meu ponto de equilíbrio no que toca a relações. criámos as nossas próprias regras e, até agora, tem corrido bem.
isso é que me interessa.
Muaah @
4 comentários:
Admiro-te porque essa concepção de relação aproxima-se muito do que considero o "ideal", ao contrário da maioria das pessoas que tende a a fechar-se mais na relação e a viver pouco fora dela.
E olha que os meus pais, sempre foram um bocado assim, com bastante liberdade, saídas separadas, alguns amigos separados e estão juntos há 25 anos e há quase 24 anos casados. (fazem em Novembro). É a prova de que resulta!
beijinho*
Gosto smp destes textos qe tu escreves :D
Amo as nossas regras, como me amo a mim e a ti.=D
sou uma fiel seguidora do teu blog, super cláudia!
não passo um dia sem passar por cá.
continua assim, com essa enorme vontade de viver.
BEIJINHOS*
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